COMBATENTES DA GRANDE GUERRA DE 1914/1918 DA ALDEIA DE OUTEIRO SECO
Na continuação do nosso trabalho sobre os soldados da aldeia de Outeiro Seco que participaram na Grande Guerra, hoje vamos falar do soldado José Ferreira Barroca Pantaleão.
Como vem sendo nosso costume, iniciámos muitas das vezes a nossa investigação pelo livro de batismos da freguesia de Outeiro Seco ou seja, é o nosso ponto de partida.
Caro amigo leitor, desde já alertamos que no assento de batismo deste outeiro secano, não consta nenhum averbamento adicional.
Consultámos o livro de batismos de São Miguel de Outeiro Seco referente ao ano de 1892. Foi aí que encontrámos o Assento nº. 17, que nos diz o seguinte:
“Aos onze dias do mês de Dezembro do ano de mil oitocentos e noventa e dois, nesta igreja paroquial de São Miguel de Outeiro Seco, batizei solenemente um indivíduo do sexo masculino a quem dei o nome de José, que nasceu no dia quinze de Novembro do mesmo ano, filho legítimo de Francisco Ferreira e de Ana Teresa Barroca, neto paterno de José Ferreira Pantaleão e Ana Joaquina, materno de José Joaquim Ferreira e Maria Teresa Barroca, foram seus padrinhos Aníbal de Sá Tenreiro, empregado da Guarda Fiscal e sua esposa Rosária Rodrigues.
O Encomendado António Gonçalves Amaro.”
Toda a juventude de este outeiro secano foi passada na aldeia. Atingida a idade adulta iniciava uma nova etapa na sua vida, tendo pela frente o serviço militar. Inicia a sua preparação militar no Regimento de Infantaria 19, na vila de Chaves, mas os ventos que sopravam do norte da Europa eram ventos de guerra.
Já com 25 anos de idade, o jovem José Ferreira Barroca Pantaleão era mobilizado para combater em França. Fomos à procura do seu boletim do CEP ao Arquivo Militar.
Consultámos o seu boletim, onde verificámos o seguinte:
O José Ferreira Barroca Pantaleão era soldado do Regimento de Infantaria 19, do 1º. Batalhão, 4ª. Companhia do 2º. Depósito de Infantaria, tendo a sua placa de identificação o nº. 64361, o seu nome José Ferreira Barroca, soldado nº. 275. Também no seu boletim só la consta a sua mãe Ana Teresa Barroca, o que nos leva a deduzir que seria muito provável o seu pai ter já falecido. Embarcou no cais de Alcântara, com destino a Brest, no dia 15 de Maio de 1917. Só regressou a Lisboa no dia 10 de Abril de 1918. Já em França é colocado no Batalhão de Infantaria 15, em 15 de Junho, onde fica com o nº. 694. Baixou ao Hospital nº 1 em 30 de Outubro de 1917, é evacuado para o Hospital nº. 3 canadiano em 5 de Novembro. Teve alta em 22 tendo sido julgado incapaz de todo o serviço e de angariar os seus meios de subsistência em sessão de 2 do mesmo mês. Nada mais consta no seu boletim do CEP.
No entanto, segundo informações recolhidas na aldeia, de todos os soldados da aldeia vindos da guerra, o José Ferreira Barroca Pantaleão foi o que veio mais doente. A informação que nos deram foi a de que o José Ferreira Barroca Pantaleão passou a ser conhecido pela alcunha do “Marelinho”, pelo facto de andar sempre com uma cor amarelada. Diziam as pessoas que tinha sido gaseado.
E é tudo aquilo que conseguimos saber sobre este outeiro secano. No seu assento de batismo não consta a data do seu falecimento. É mais um combatente que trago ao conhecimento das gentes de Outeiro Seco.
João Jacinto
Consulta:
Arquivo Distrital de Vila Real
Livro de Batismos de Outeiro Seco
Arquivo Militar
Informações recolhidas na aldeia
Blog Genealogia
Pesquisa e textos remetidos pelo Sr. João Jacinto.
castelo de monforte de rio livre
Águas Frias - Rio Livre - Tino
Rêverie Art - Fernando Ribeiro
Sítio das Ideias-Lamartine Dias
Andarilho de Andanhos-S. Silva
Asociación Cultural Os Tres Reinos
Amnistia Internacional - Chaves
Amnistia Internacional - Blogue
DIGIWOWO - Artigos Fotográficos
RuinArte - Gastão de Brito e Silva