Desde 2007 que venho afirmando que a CMChaves "mistura" esgotos onde apenas deveria haver águas pluviais e vice-versa. Para além da evidente e contínua poluição que as imagens que venho publicando demonstram, em muitas delas é possível ver esgotos a correr em determinados pontos onde só deveria haver águas provenientes da rede de águas pluviais e em outras, ver que as águas da rede de águas pluviais se junta à rede de águas residuais. Neste último caso, chamei muitas vezes a atenção para o facto de se verificarem evidências da "unidade de depuração" (mini-ETAR) ter transbordado, em particular após períodos de chuva. No entanto, a CMChaves, seu executivo e seus competentíssimos funcionários afectos à área dos esgotos, quando respondiam, sempre disseram que não.
Ainda no último Sábado, em conversa com um casal de amigos, reconhecia que ao longo de mais de 10 anos nunca tinha conseguido captar uma fotografia que não deixasse margens para dúvidas em relação àquilo que sempre afirmei e que para mim sempre foi evidente. Pois..., nunca tinha conseguido, mas já consegui. Como podem ver na imagem, em dias de chuva a "unidade de depuração" transborda e como é pouco provável que seja por causa de um aumento repentino de produção de esgotos das empresas instaladas nos parques a um Domingo, só pode significar que as águas da rede de águas pluviais estão a "misturar-se" na rede de águas residuais. Ou seja, todos os esgotos e lamas acumulados em períodos de "seca" e que não saíram pela "unidade de depuração" que nunca funcionou, saem pela abertura superior sempre que caiam meia-dúzia de pingos.
Extracto do despacho de arquivamento do Processo nº 783/16.6T9CHV
Estou certo que ainda se recordam do Despacho de Arquivamento do Processo Nº 783/16.6T9CHV emitido pelo Ministério Público em 28042017, em que ficamos a saber que o executivo da Junta de Freguesia de Outeiro Seco mentiu. Pois vou utilizar o mesmo documento para demonstrar que a CMChaves, para além de mentir publicamente através dos meios de comunicação social, também mentiu perante a "Justiça". Nesse despacho podemos ler que o então responsável pela área, referindo-se à rede de saneamento, "...declarou que a composta por duas redes distintas, totalmente autónomas, sendo uma de águas pluviais e outra de águas residuais domésticas.". O sublinhado é meu, o lapso ortográfico é o que consta do despacho.
Podemos ver que as duas redes não são "totalmente autónomas", nem nada que se pareça, e aquilo que estão a fazer (e se não é, pelo menos parece) é a utilizar as águas da rede de águas pluviais para "lavar o vasilhame" da "unidade de depuração", espalhando pelas linhas de água e terrenos contíguos os resíduos sem tratamento daí resultantes. Assim, depois destas "lavagens", podem dizer que durante uns tempos as águas correm "limpas" e até as podem mandar analisar ou, como dizia um amigo meu, até podem levar no bolso uns cágados e espalhá-los por lá para, passado uns tempos, poderem afirmar que viram lá uma (1) rã e que “…é do senso comum que a presença de anfíbios representa ausência de poluição grave;...”. Podem rir à vontade, mas por incrível que pareça, isto também está escrito, embora a concordância em número não esteja correcta. Antes que alguém venha dizer que isto aconteceu por causa de ter chovido "muito", quero só relembrar que se as duas redes fossem "totalmente autónomas", como deveriam ser, não poderia haver qualquer transferência entre as mesmas, quer chova ou chuvisque. Portanto, das duas uma, ou as obras estão mal feitas e as duas redes "têm comunicação" entre si, o que não deveria acontecer, ou a CMChaves está de forma intencional a reencaminhar as águas da rede de águas pluviais para a rede de águas residuais, para assim diluir os esgotos e torná-los mais fluídos.
Fotografia de dia 04032018 em que é visível o resultado da "unidade de depuração" ter transbordado
Sempre fui a favor da criminalização e punição destes indivíduos que, sob a protecção do funcionalismo público e sobretudo político, proferem mentiras com prejuízos graves para a causa pública, de uma forma geral e para a propriedade privada, em particular. Mais ainda, quando essas mentiras são difundidas publicamente através dos diversos meios de comunicação social ou declaradas sob juramento perante a "Justiça". Em qualquer empresa privada minimamente responsável, estes indivíduos, quer na qualidade de funcionários, quer de gestores (se assim considerarmos os elementos do executivo camarário) seriam, no mínimo, despedidos. No entanto, aquilo que vemos é que continuam ao serviço das instituições que deveriam representar com honestidade e competência, sorvendo e esbanjando dinheiros públicos que poderiam ser investidos em pessoas honestas e competentes que muitas vezes têm de abandonar o nosso concelho, a nossa região ou até o nosso país, só porque não estão filiadas em nenhum partido político ou não dançam ao som dos seus violinos.
Fotografia de dia 05022017 em que é visível o resultado da "unidade de depuração" ter transbordado
Mais grave ainda, é que entretanto o executivo camarário mudou, é conhecedor de todas estas infracções, quer dos seus antecessores no cargo, quer de diversos funcionários, e embora se apresentassem como sendo "diferentes", com novas atitudes e com vontade de implementar novas medidas, a verdade é que diariamente continuam a manter e a praticar estes actos criminosos para com o ambiente e a propriedade privada, a ocultar os erros dos seus antecessores e a proteger as mentiras e incompetências de diversos funcionários envolvidos e isso, do meu ponto de vista, é inadmissível. Também aqui, antes que alguém venha dizer que os actuais inquilinos da CMChaves estão lá há pouco tempo e que só agora tomaram conhecimento destas situações, quero também relembrar que enquanto estiveram na oposição (bem como os outros partidos) receberam exactamente a mesma informação que chegava aos seus antecessores, portanto desde há muito que têm pleno conhecimento destas situações. Este é o respeito que a CMChaves sempre demonstrou (e demonstra) para com as pessoas directamente lesadas e os seus bens e, para com o ambiente que é de todos nós.
Fotografia de dia 02082015 em que é visível o resultado da "unidade de depuração" ter transbordado
Poderia continuar e colocar aqui dezenas de imagens de anos anteriores em que se vêm claramente as consequências da "unidade de depuração" ter transbordado, mas o melhor mesmo é ver todas as imagens que já foram publicadas desde 20 de Outubro de 2007, isto claro, para quem ainda não as viu.
Esta imagem de 25082015 mostra outro crime público que, como não poderia deixar de ser, mais uma vez ficou sem castigo. As lamas acumuladas que a CMChaves retirou de um trecho da linha de água, provenientes do facto da "unidade de depuração" transbordar e de a mesma não funcionar e, que disse que iria transportar para a Resinorte para serem tratadas, foram soterradas. Publicações aqui e aqui.
Esta última fotografia mostra um ponto (a poente da "unidade de depuração") onde só deveria haver água proveniente das nascentes que sempre existiram naquele local, bem como águas da rede de águas pluviais. Como se pode ver na imagem são despejados para lá esgotos. Também foi neste local onde captei a primeira fotografia, em 20 de Outubro de 2007, na qual se podem apreciar sinais evidentes de poluição. Hoje todo este espaço está repleto de vegetação não autóctone, proveniente possivelmente dos aterros e para além dos cheiros, praticamente não é possível ver a poluição devido ao denso canavial e à ausência de limpeza dos terrenos por parte da CMChaves.
Como sempre, fica o contador actualizado:
Nº de dias de poluição (desde 20102007) = 3890 dias
Nº de dias de atraso da obra do emissário (desde Junho) = 286 dias
Fonte: Imagem de fundo e notícia Diário @tual, 11 de Março de 2017
E pronto, apenas ficam por atribuir uns quantos adjectivos que já tinha para aqui alinhavados e que qualificariam adequadamente este tipo de indivíduos, mas como estamos em horário infantil vão ter de ficar para uma próxima ocasião. De qualquer forma, não deixem de visitar Chaves, cidade termal, das águas e dos esgotos e para todos aqueles que há dias pensaram ver "lontras" junto às pontes a boiar nas cheias do Rio Tâmega, pensem melhor...
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