Ainda da colecção particular de objectos litúrgicos a que nos deixam aceder, trazemos um conjunto de gravuras representando a Via Sacra. Este conjunto, para além das 14 Estações tem uma gravura adicional que deixaremos para o final.
As gravuras estão em alemão (julgo eu) e emolduradas e não apresentam qualquer indicação visível quanto aos seus autores, nem quanto à sua datação, embora segundo informações recolhidas junto da sua proveniência, acredita-se que sejam do início do séc. XIX.
Serão publicadas em 3 posts de 5 gravuras cada.
(Continua...)
Contribuição-Imposto
E
Contribuição não-imposta
Quando nos iniciámos nas viagens circun-néticas fizemos escala no Blogue “CHAVES”. Ali nos demos conta dos ramais (links) ou novas linhas de navegação que poderíamos seguir, pensando nós que com todo o prazer de um «cruzeiro».
Se bem o pensámos melhor o fizemos. Eram muitos os portos de abrigo ou cais de desembarque que se nos ofereciam por essa Normandia Tamegana, correspondendo às coordenadas das NOSSAS ALDEIAS.
Não pudemos esconder o nosso entusiasmo por vermos os seus nomes expostos no maior painel de comunicação com o mundo (Temos para nós que os Blogues são um instrumento privilegiado de comunicação e, neste caso, de divulgação dos interesses e dos atractivos das NOSSAS ALDEIAS, dado o alcance de visibilidade e de audiência global a que se expõem).
E exprimimo-lo invadindo a caixa de comentários.
Não contávamos que alguns desses Blogues fossem pouco mais do que a expressão narcisista dos seus autores - alguns censuraram os nossos escritos.
No entanto, para nossa alegria, fomos bem-recebido na maioria dos que visitámos.
Assim nos aconteceu neste Blogue - o Blogue “Outeiro Seco - AQI...”, cujo título nos faz considerá-lo, por brincadeira, precursor de Acordos (f.f. de (me) lerem acÔrdos) Ortográficos!
Contando com a benevolência do anfitrião e a simpatia de alguns visitantes, prometemos vir aqui submeter aos vossos juízos alguns alinhavos de escrita - os Post(ai)s aqui editados dão-nos quase sempre um lampejo de inspiração.
Gostamos da NOSSA TERRA.
BOAS FESTAS PASCAIS!
Luís Fernandes
Folares de Outeiro Seco com IGP, de carne e doces, ainda feitos pela minha mãe. Só a farinha é que já não é caseira.
“A VIOLETA”
O Post(al) de hoje, no Blogue “OUTEIRO SECO-AQI…”, trouxe-me à lembrança a «Violeta».
A “Violeta” era uma gata que vivia na “Casa do Campo”, com a minha Avó e o meu primo Tó, quando eu era ainda uma criança com pouca idade (agora já o sou com muita idade!).
O pêlo era cinzento. E tinha riscas.
A “Violeta” portava-se bem dentro de casa. Não assaltava os tachos nem os pratos.
Ai do rato que se atrevesse a passar a ombreira da porta…ou subir da corte ou da adega!
Regalava-me vê-la a murar a passarada que abundava pelas árvores do quintal!
Num instante pulava sobre um pintassilgo que estivesse a depenicar amoras das silvas que se estendiam e entrelaçavam no muro ou subia, sorrateira, pelo tronco e ramos de uma oliveira ou outra árvore de fruto, ou formava um formidável salto a apanhar um pardal, uma folecra ou outro qualquer passarinho em tranquilo chilreio na ponta de uma galha!
E quando a Avó SÃO ia «à cidade» acompanhava-a até às «Carvalhas», lugar onde começava a descida para a cidade.
À tardinha, adivinha a hora certa em que a minha Avó chegava às «Carvalhas», lugar onde acabava a subida desde a cidade.
O almoço, o jantar, a merenda e a ceia partilhei-os muitas vezes com a “Violeta”, sempre humilde e sossegada à espera da espinha de bacalhau ou da cabeça de sardinha que lhe estendêssemos.
Miava a chamar pela nossa atenção.
Miava a agradecer quando falávamos com ela.
Vi-a morrer, lá, no caminho em frente à “Casa do Campo”.
A minha Avó disse-me que foi da velhice.
Eu dizia-lhe que fora envenenada.
A “Violeta” deixou-me saudades.
Luís Fernandes
Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional (CQEP)
Portaria 135-A/2013 1.º Suplemento 28/03/2013
Regula a criação e o regime de organização e funcionamento dos Centros para a Qualificação e o Ensino Profissional. (CQEP)
Dadores de Sangue
Portaria 124-A/2013 1.º Suplemento 27/03/2013
Estabelece as normas aplicáveis à atribuição do cartão nacional de dador de sangue, bem como ao reconhecimento público pela dádiva regular de sangue
Reorganização Administrativa do Território das Freguesias
Declaração de Retificação 19/2013 28/03/2013
Declaração de retificação à Lei n.º 11-A/2013, de 28 de janeiro, sobre «Reorganização administrativa do território das freguesias», publicada no suplemento ao Diário da República, 1.ª série, n.º 19, de 28 de janeiro de 2013
ANTÓNIO "ESCRAVO"
Quem era este António?
António era negro, não sabemos com que idade veio para Outeiro Seco, nem de onde veio.
O pouco que sabemos, é que o António era um escravo, que caminhou pelas ruas de Outeiro Seco, e aqui teve bons e maus momentos, viu correr a água da Ribeira Torre, e frequentou a Igreja de São Miguel.
Também não descobrimos se faleceu em Outeiro Seco, sabemos que ele por aqui andou em 1730. Não sabemos quais as suas funções, talvez escravo de todo o serviço, esta seria a sua condição.
De que país seria o António?
Também não sabemos se António seria vivo quando foi abolida a escravidão em 1761, no Reinado de D. José I, nesta data o António contaria 45 Primaveras. Aqui transcrevemos parte do seu registo de batismo.
"António, negro escravo do reverendo Domingos Vaz de Morais, natural deste lugar de Outeiro Sequo, e nelle morador foi baptizado solenemente e pus os Santos Óleos em a Igreja de Sam Miguel desta freguesia em os vinte e sete dias de (Março)Maio".
Foi batizado pelo Padre Domingos Pinheiro. O António foi batizado em Outeiro Seco com a idade de (14)11 anos.
Uma anotação na parte esquerda da ficha apenas tem isto "António escravo".
Em que lugar de Outeiro Seco repousará este António?
Será que este António viu a liberdade no ano de 1761?
Teria o António constituído família, ou será que não chegou a ver a sua liberdade?
Quantas histórias deste António nos poderiam revelar as ruas de Outeiro Seco, as pedras das casas, a Igreja Paroquial. São interrogações para as quais não temos resposta.
Ficamos á espera que alguém um dia nos diga qualquer coisa acerca do António.
Para todos, uma BOA PÁSCOA.
João Jacinto
Uma fotografia antiga do Cruzeiro em frente ao Solar dos Montalvões. Julgo que também deva ser do início dos anos 80.
AVISO: A cópia ou utilização das fotografias e textos aqui publicados são expressamente proibidas, independentemente do fim a que se destinam.
Propriedade e detenção dos direitos de autor: Humberto Ferreira
Hoje recorremos novamente à colecção de objectos litúrgicos. Trazemos-vos um crucifixo com Cristo, ambos em madeira, coberto com um manípulo de cor roxa por ocasião da quaresma.
Tendo em conta os anos que ambas peças carregam, ainda se encontram em bom estado. O manípulo um pouco mais desgastado é o único que resta do conjunto das vestes.
As dimensões do crucifixo são de 87 x 39 cms, enquanto o Cristo tem 33 x 21,5 cms, aproximadamente.
Na foto seguinte podemos ver que os braços estão partidos e colados e que a pintura foi retocada.
Setor do Leite e dos Produtos Lácteos
Decreto-Lei 42/2013 22/03/2013
Estabelece o regime aplicável aos contratos de compra e venda de leite cru de vaca, celebrados entre produtores, intermediários e transformadores
Dizem que "Passarinho que tem cuidado, na Páscoa tem criado". Hoje começa a Primavera e a Páscoa é dentro de 10 dias. Sendo assim, não é possível que esta fêmea de rabo-russo tenha criado para a Páscoa.
A fotografia foi tirada no passado dia 15 e mostra como este tipo de aves não tem receio de se aproximar das casas para recolher materiais para a construção dos seus ninhos, muitas vezes, aproveitando qualquer buraco que possam encontrar nas mesmas para aí nidificarem.
Ficam também algumas flores próprias desta época para começar a distribuir colorido.
PEDRA DE MESA OU MESA DE PEDRA
Muito já se falou da pedra de mesa, mas pouco ou nada se disse acerca dela. É muito comum ouvir das pessoas mais idosas o seguinte comentário: "Aí se faziam julgamentos"… Mas que tipo de julgamentos? Quem se recordará do seu passado histórico?
Situada no Bairro do Pontão, assentava em três pernos redondos de granito, com a copa arredondada, com grandes tradições, junto dela se julgava e se liam sentenças.
A seu lado ficava a casa a que chamavam o tribunal, casa que ainda hoje existe embora já com novo visual. Também a mesa que lá encontramos, nada tem a ver com a dos anos 60.
"Adeus ó pedra de mesa,
do bairrinho do Pontão,
donde se liam audiências,
donde se concedeu algo de perdão."
Mas vamos hoje tentar esclarecer verdadeiramente que tipo de julgamentos que antigamente se realizaram nesse lugar, assim como saber quem eram os juízes.
O Padre Luís Cardoso, no Dicionário Geográfico, Vol II meme, 301 diz-nos o seguinte:
"O lugar de Outeiro Seco" in memorial de eleger a voto dos moradores Juiz Vintaneiro no primeiro dia de Janeiro de todos os annos, a cuja eleição vai presidir o Doutor Juiz de Fora, desta villa com os officiaes da Camara; e os mesmos moradores são os que fazem carregar o dito juiz, e não o Procurador do Concelho: tudo o referido se obra no dito lugar por Decreto de Sua Magestade que para isso se diz "obtiveram os antigos labradores do referido lugar".
Ora Outeiro Seco era uma terra que detinha carta de privilégio particular com autonomia específica.
Ao certo ninguém sabe quando foi dado este privilégio aos lavradores de Outeiro Seco. Quem eram estes Juízes?
Estes Juízes eram simples cidadãos da aldeia, que eram eleitos pelos vizinhos em assembleia nos primeiros dias de Janeiro, e que depois a Câmara se limitava a aprovar a sua nomeação. Pois não era necessário ter grande formação para exercer o cargo.
Eram designados por Juízes de Vintena ou Pedâneos. Há autores que nos dizem que eles eram escolhidos entre os homens-bons da paróquia, e também há quem nos diga o contrário, que seriam os homens de menor condição social.
Como julgavam? E o que julgavam? Julgavam de acordo com o Regulamento por onde os Juízes Espadanos se vão reger e governar. Tinham competências no domínio Judicial e Administrativo.
Deviam acudir às brigas acontecidas na aldeia e prender os delinquentes, apresentá-los na cadeia da Vila. Tinham a obrigação de mobilizar o povo para as festas e celebrações que se promoviam na vila. Tinham uma acção fiscalizadora, não consentiam que alguém tomasse para si os bens públicos, mandavam fazer e repor os caminhos, pontes, determinavam os dias destinados a cada vizinho, condenavam os donos dos cães soltos no tempo das uvas, assim como os gados, além de várias outras coisas de acordo com o regulamento.
Estes Juízes eram apoiados por Zeladores ou Guardas Rurais (quadrilheiros) da freguesia. Mas para uma melhor informação apresentamos aqui o nome de alguns Juízes eleitos da aldeia de Outeiro Seco, assim como algumas audiências com a respectiva condenação.
Juiz eleito para o biénio de 1872 a 1873 na Sessão de Câmara do dia 21/02/1872, foi nomeado Juiz Eleito:
"Francisco Gonçalves Sevivas
Santa Cruz"
1º. Substituto do Juiz Eleito
"Albano Coelho Figueiredo Antas"
2º. Substituto
"Gregório da Costa"
Juiz Eleito para o ano de 1838
"Francisco António Pires"
Juiz eleito para o ano de 1840
"Manuel Caetano" (o seu nome está gravado na portada de uma casa em Outeiro Seco)
Nomeação de Zeladores e Guardas Rurais
"Para Juiz Eleito de Outeiro Secco
Imº. Senhor cumpre-me participar a V. Exª. para seu conhecimento e devidos effeitos que a Câmara em sua sessão de ontem nomeou para Zeladores e Guardas Rurais dessa freguesia Manuel Andrade, José Ferreira Rodrigues, Manuel Calvão, Manuel António Machado, todos do lugar de O. Secco, continuando a assumir os que foram nomeados em sessão de 2 do corrente Bento André e Manuel António Calvão
O Adm."
Uma Audiência
"Juiz Eleito Francisco António Pires
Audiência de 18 de Abril de 1838, que foi juiz eleito desta freguesia e deu juramento aos guardas, e disse condenar Francisco José Fontes em quatrocentos reis, a João Maria em oitocentos reis, Manuel Fontes em oitocentos reis por lhe serem os seus gados encontrados na Veiga de Chaves pelos Zeladores desta freguesia para o que foram citados e mais não disse e asignam comigo elle juiz elleito
O escrivão
Manuel de Astorga"
Termo de Condenação
"Aos quatorze dias do mes de Janeiro de mil oito centos e quarenta annos neste lugar de Outeiro Secco freguesia de São Miguel, ali nas barras da audiência do actual Juiz Eleito da mesma freguesia Manuel Caetano aonde eu Escrivão vim, compareceram perante o guarda Noval do Campo e António Luiz de Carvalho, e disse que para esta audiência trazer acusado a Manuel dos Santos Baptista do lugar de Santo Estevam, e Pedro Galego do Lugar de Faiões , freguesia de Santo Estevam para serem condenados pelo motivo de terem sido encontrados os dois no sitio da Alagoa no dia sete do corrente as duas horas da tarde limite desta freguesia pello que sendo presente o réo Manuel dos Santos Baptista, disse que cofessava e ser verdadeira a sua denuncia dada pelo guarda, o que visto por elle juiz , produzidas as duas testemunhas que o mesmo apresentou, houveo réo por condenado na quantia de duzentos reis pela primeira vez, e enquanto a Pedro Galego de Faiões em razão de ser citado não compareceu, elle Juiz à sua revellia houve condenação na quantia de quatrocentos reis, e que emediatamente se expedisse Carta Precatória para o domicilio daquelles para satisfazerem o próprio e Multas para bem da Fazenda Nacional de que para constar fis este termo que elle Juiz asignou com o guarda o Réo e testemunhas .
Perante João Ferreira Montalvão e José de Faria deste lugar e eu António Frederico Teixeira Pinto , Escrivão que escrevi e vou asignar.
O Escrivão
António Frederico Teixeira Pinto
Reo
Manuel dos Santos Baptista"
Com toda esta informação espero ter contribuído para um melhor esclarecimento dos Outeiro Secanos, relativamente aos julgamentos na Pedra de Mesa ou Mesa de Pedra.
Poderia ser mais longo, mas não quero ser maçador, penso ter escrito o suficiente para um bom esclarecimento.
João Jacinto
Propriedade das fotografias: Armindo Chaves Sousa (Armindo Escaleira)
Aviso:
A cópia ou utilização das fotografias e textos aqui publicados são expressamente proibidas, independentemente do fim a que se destinam.
Para participar, podem enviar as vossas fotos para o seguinte email: jhumbertoferreira@sapo.pt
castelo de monforte de rio livre
Águas Frias - Rio Livre - Tino
Rêverie Art - Fernando Ribeiro
Sítio das Ideias-Lamartine Dias
Andarilho de Andanhos-S. Silva
Asociación Cultural Os Tres Reinos
Amnistia Internacional - Chaves
Amnistia Internacional - Blogue
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RuinArte - Gastão de Brito e Silva