OUTEIRO SECO - CRISE E EMIGRAÇÃO
Hoje o tema que aqui trago é a emigração, aliado as várias crises, que a nossa região passou ao longo de séculos, e as quais Outeiro Seco não ficou imune.
Hoje somos brindados constantemente, pelos mais variados meios de comunicação, com a palavra “crise”, além dos contantes incentivos à emigração, levando a nossa juventude a abandonar o país, partindo para outras paragens, jovens talentos, e que tanta falta fariam por cá.
Mas o seu país nega-lhe aquilo que já noutros tempos negou aos seus antepassados. Vamos aqui relatar, ou talvez fazer um pouco de história, do passado talvez para melhor entender o presente. Pois foram várias as crises ao longo de vários séculos, muito em especial durante o período da Monarquia, e depois com a República, depois do 28 de Maio, e durante a ditadura e os anos 60, e aquela que ainda hoje nos dá cabo da paciência.
Houve Outeiro Secanos, que emigraram para os mais diversos países durante esses tempos, Brasil, Estados Unidos, Cuba, Uruguai, Argentina, e mais tarde já na década de 60 França.
Aquilo que me propus tratar aqui é a emigração/crise, antes da implantação da República, ou seja na época de 1800 a 1904. Alguma impressa da época dá-nos conta da situação desses tempos.
EMIGRAÇÃO
"As povoações deste concelho estão dando dia a dia cada vez maiores contingentes para a emigração nacional, com destino ao Brasil. Ultimamente saem, quase todos os dias dezenas de habitantes deste concelho, o que prova bem à evidência a grande crise da miséria, do insuportável mal estar, que esta região atravessa, crise devido ao mal geral de que enferma afinal todo o país, e especialmente ao desprezo a que os governos tem votado esta parte da nação. A continuar esta corrente de emigração dentro de pouco tempo nas pobres aldeias deste concelho, só ficarão velhos e inválidos.”
E continua a imprensa local:
"Quase não passa um dia em que não vejamos partir com destino ao Brasil homens válidos que em terras estranhas, longe dos seus, vão procurar uma vida mais desafogada, do que a que passam na sua terra, onde a falta de trabalho os lança na mais deplorável miséria.”
Por diversos motivos, como se sabe, a maior parte destes emigrantes pretende fazer viagem clandestina que se fazia pelas partes da vizinha Espanha, traz-nos à recordação a emigração para França nos anos 60 a salto. Era difícil na época obter um passaporte da parte do Governo civil, a única alternativa era a de emigrar clandestinamente, pois muitas das vezes não corriam bem, e lá se perdia tudo. Pois que a passagem era caríssima, além do pagamento suplementar ao intermediário. Esta emigração clandestina era um autêntico flagelo.
Sendo a maior parte dos emigrantes com destino ao Brasil , para as zona do Rio de Janeiro, Santos Pará e Manaus. Como nos recordamos nos anos 60, havia a repressão deste tipo de emigração e que era feita pela PIDE.
Também na época que aqui focamos havia a repressão por parte da Policia Especial de Emigração, que era comandada em Chaves pelo Sr. António Joaquim de Carvalho, este trabalhava em estreita colaboração com a Guarda Civil Espanhola. Apresentamos aqui uma pequena lista de pessoas pertencentes às aldeias do concelho, e que foram presas quando tentavam apanhar o vapor no porto de Vigo com destino ao Brasil.
Os presos são os seguintes:
José Bernardino Rodrigues, lavrador de 16 anos da freguesia de Redondelo.
António Veras, de 20 anos e Samuel Teixeira de 17 anos, ambos jornaleiros da freguesia da Torre do Couto.
José Garcia de 24 anos, carpinteiro da freguesia de Vilarelho.
Manuel Pires, António Martins, e José Alves Guerra, naturais de Vilela Seca.
Constantino Fernandes das Eiras.
José dos Reis de Vilarelho.
Pois seria uma lista interminável, além de vários outros emigrantes das mais diversas partes do país.
Como não podia deixar de ser, não podíamos deixar de lado Outeiro Seco, pois era aqui que eu queria chegar, Outeiro Seco não escapava a esta euforia. Uns partiam pela via legal e outros clandestinamente, foram vários os que em Vigo apanhavam o vapor com destino ao Brasil, os que detinham passaporte apanhavam o vapor, no Porto ou na Povoa de Varzim.
Como a miséria gera miséria, o sonho do Brasil atormentava todos os Outeiro Secanos, para muitos não passava de uma ilusão. Alguns morriam em pleno alto mar, outros vendiam todos os bens que possuíam, para comprar as passagens, outros hipotecavam os bens, muitos deles regressavam com as mãos a abanar, e outros por lá ficaram.
Vamos tratar aqui de alguns casos, famílias inteiras que partiram para o Brasil, e das quais não há vestígios em Outeiro Seco, e se desconhece a sua descendência em terras do Brasil. Pois em verdade não sabemos nada de nada.
Vamos falar desta família de Outeiro secanos:
António Dume Acácio, nasce em Outeiro Seco, por cá vive vários anos, com 46 anos de idade e no ano de 1879, parte com destino ao Brasil, desconhecemos os anos que por lá esteve. Mas não serão muitos, em 1881, assume as funções de Regedor de Paróquia em Outeiro Seco, sendo demitido dessas funções passado pouco tempo. Mas no ano de 1887, assume novamente as funções de Regedor, envolvido em uma polémica é demitido das funções. Em 1888, verificamos que Satiro Dume Acácio com a idade de 13 anos, parte com destino ao Brasil, devendo ser um familiar do tal António Dume Acácio. Mas a nossa maior surpresa é quando descobrimos que António Dume Acácio, no mês de Dezembro de 1888, já com a idade de 56 anos, acompanhado pela Eugénia da Silva esposa com a idade de 32 anos, e por António filho de 12 anos, Eugénio filho de 11 anos, João filho de 8 anos, Carminda filha de 5 anos, Olivério filho de 3 anos e Laura filha de 9 meses, partem com destino ao Brasil, não descobrimos a zona para onde foram assim como desconhecemos a sua descendência em terras do Brasil.
Várias outras famílias nessa época deixaram O. Seco, das quais desconhecemos o seu paradeiro por terras do Brasil, sendo muitos deles clandestinos. Apresento aqui mais alguns nomes de gente muito jovem, que partiu com a esperança de uma vida melhor, mas que tiveram de percorrer os caminhos da amargura:
Abril de 1880 - Ana Vicente Madeira - 22 anos acompanhada de Alfredo filho de 4 meses.
Dezembro de 1888 - Mais uma família Domingos Luís Madeira 39 anos
Acompanhantes: Maria das Dores Esposa 37 anos
Felicidade, filha 18 anos
Eugénia, filha 15 anos
Ermelinda, filha de 10 anos
Cacilda, filha de 4 anos
António, filho de 2 anos
Carlota, filha de 4 meses.
Janeiro de 1879 -António de Sá Tenreiro 21 anos.
Março de 1913- António Madeira de 29 anos.
Muitos mais aqui poderíamos colocar, ficamos por aqui à espera de um dia sabermos a verdade e assim completar toda esta pequena história.
João Jacinto
(1) - Fotografia pertencente a Armindo Chaves de Sousa (Armindo Escaleira)
(2) - Fonte: Santos Pereira (2010)
(3) - Fonte: Diário de Notícias - 23032012
Cuidados de Saúde - Subsistemas de Proteção Social
Decreto-Lei 105/2013 30/07/2013
Altera o Decreto-Lei n.º 118/83, de 25 de fevereiro, o Decreto-Lei n.º 158/2005, de 20 de setembro, e o Decreto-Lei n.º 167/2005, de 23 de setembro, revendo os descontos a efetuar para os subsistemas de proteção social no âmbito dos cuidados de saúde, concretamente da ADSE, da ADM e da SAD
Organizações Não Governamentais da Área da Deficiência
Decreto-Lei 106/2013 30/07/2013
Define o estatuto das organizações não governamentais das pessoas com deficiência, bem como os apoios a conceder pelo Estado a tais organizações
Hoje trago uma fotografia antiga, que me foi cedida pelo meu vizinho Armindo Escaleira. Representa um grupo de pessoas da nossa Aldeia na apanha das batatas. Nos tempos que correm é difícil juntar assim pessoas para qualquer trabalho. A agricultura que se pratica é essencialmente de subsistência devido a vários factores, mas principalmente porque já não há quem trabalhe e mesmo que quisessem não saberiam fazê-lo.
Perderam-se tradições, saberes e sobretudo o espírito comunitário e de entreajuda que existia há uns anos atrás.
Os meus pais sempre tiveram uma casa de lavoura onde o trabalho não nos permitia grandes distrações e muito menos termos frio. Assim, na época dos maiores trabalhos, como sendo as acarrejas (palhas e fenos), malhadas, apanha das batatas e vindimas, era frequente andarmos à torna-jeira para "pagar" as ajudas de outras famílias ou para "ganhar" jeiras para os nossos trabalhos.
Recordo que por muitas pessoas que fossemos, os trabalhos costumavam durar o dia todo (quando conseguíamos acabar) e a vez em que tivemos mais pessoas foi numa vindima em que juntamos 72 pessoas de sol-a-sol. Outros tempos...
Fica então a fotografia, com um pequeno exercício de identificação, para quem quiser colaborar, dos nossos 15 conterrâneos retratados e para o ano em que foi captada.
AVISO: A cópia ou utilização das fotografias e textos aqui publicados são expressamente proibidas, independentemente do fim a que se destinam.
Propriedade da fotografia: Armindo Chaves Sousa (Armindo Escaleira)
Lei da Nacionalidade
Declaração de Retificação 33/2013 29/07/2013
Retifica a Lei n.º 43/2013, de 3 de julho, publicada no Diário da República, n.º 126, de 3 de julho de 2013, publicando-a como lei orgânica
Lei Orgânica 1/2013 29/07/2013
Quinta alteração à Lei n.º 37/81, de 3 de outubro (Lei da Nacionalidade)
“A rosa de Gabilondo“
O amor floriu no coração daqueles jovens.
As sombras medievais ainda ocupavam o céu das mentes de pais ibéricos já em pleno século xx.
Às dez da noite, a filha já prometida – noiva – tinha de estar porta – de – casa – dentro.
Passavam cinco minutos das dez.
O pai andaluz, em apoplexia de melindre, - Oh! Infame falta de respeito! – assomou-se à porta e “ralhou “ com mais barulho que o pai do céu.
Ela, banhada em lágrimas.
Ele, encharcado de humilhação.
Mas ambos aguardaram com acalentada esperança o momento de ser reconhecido e abençoado o seu direito à felicidade.
E foram felizes!
E a doença invejou-os. Atacou Maitê.
A dor e a angústia pelo sofrimento da sua querida combatia-a o basco com a fé e as preces à Virgem.
Certo dia, mandou, o basco, um ramo de rosas vermelhas ao deão da Igreja de N. Senhora de....
Maitê subiu ao reino dos anjos.
No dia da procissão das Festas em honra de Santa Marta, o andor, sempre tradicional e igualmente enfeitado, levava uma rosa vermelha.
Qual gota de sangue caída da chaga da mão de Jesus, sobressaía dos lírios que adornavam o sopé da imagem.
Aquela rosa tocou os olhos e o coração de todos quantos olharam o andor.
Alguns anos após, o deão – amigo fez entender ao “coração-saudoso” da “sua Maitê” o simbolismo, a espiritualidade, a eloquência daquela rosa que todos os anos está no andor de Santa Marta.
É a Rosa de Gabilondo!!!
Romeiro de Alcácer
IRS - Bombeiros - Praticantes de Alto Rendimento Desportivo
Lei 53/2013 26/07/2013
Altera o Decreto-Lei n.º 442-A/88, de 30 de novembro, que aprova o Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, clarificando o enquadramento fiscal das compensações e subsídios, referentes à atividade voluntária, postos à disposição dos bombeiros pela Autoridade Nacional de Proteção Civil e pagos pelas respetivas entidades detentoras de corpos de bombeiros, no âmbito do dispositivo especial de combate a incêndios, bem como das bolsas atribuídas aos praticantes de alto rendimento desportivo, pelo Comité Paralímpico de Portugal, no âmbito do contrato-programa de preparação para os Jogos Surdolímpicos, e dos respetivos prémios atribuídos por classificações relevantes obtidas em provas desportivas de elevado prestígio e nível competitivo
Orçamento da Região Autónoma da Madeira para 2013
Decreto Regulamentar Regional 12/2013/M 26/07/2013
Primeira alteração ao Decreto Regulamentar Regional n.º 9/2013/M, de 22 de maio que aprova a execução do Orçamento da Região Autónoma da Madeira para 2013
Preço dos Medicamentos
Decreto-Lei 103/2013 26/07/2013
Procede à terceira alteração ao Decreto-Lei n.º 48-A/2010, de 13 de maio, que aprova o regime geral das comparticipações do Estado no preço dos medicamentos, alterando o processo de aprovação e os prazos de definição dos preços de referência
Fonte:
Agradeço à Isabel e Jacinto Batista do Restaurante Santa Ana, terem-me permitido fotografar a imagem.
Restaurante Santa Ana
Bairro Santa Ana – Outeiro Seco
5400-673 Outeiro Seco
Telf.: 276 342 215
Relembramos que quem quiser ver o extenso trabalho do J.B.César, pode visitar a sua página indicada na barra lateral ou seguir esta ligação:
Para colaborar, envie os seus olhares para jhumbertoferreira@sapo.pt. Obrigado. Berto
Inspeções de Veículos
Decreto-Lei 100/2013 25/07/2013
Procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 144/2012, de 11 de julho, que aprova o regime de inspeções técnicas de veículos a motor e seus reboques, e transpôs a Diretiva n.º 2010/48/UE, da Comissão, de 5 de julho, que adapta ao progresso técnico a Diretiva n.º 2009/40/CE, do Parlamento Europeu e do Conselho
Pesca Lúdica
Decreto-Lei 101/2013 25/07/2013
Procede à terceira alteração ao Decreto-Lei n.º 246/2000, de 29 de setembro, que define o quadro legal do exercício da pesca marítima dirigida a espécies animais e vegetais com fins lúdicos
Propriedade Industrial
Portaria 239/2013 25/07/2013
Primeira alteração à Portaria n.º 1200/2010, de 29 de novembro que estabelece as normas regulamentares, os modelos de requerimento e as taxas a que estão sujeitos os pedidos de instrução para aquisição ou reconhecimento da qualidade de agente oficial da propriedade industrial e aprova o regulamento das respetivas provas de aptidão
Setor do Leite e dos Produtos Lácteos
Declaração de Retificação 32/2013 25/07/2013
Retifica a Portaria n.º 196/2013, de 28 de maio, do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, que estabelece os termos e as condições dos elementos obrigatórios dos contratos de compra e venda de leite cru de vaca e aprova o respetivo contrato-tipo, nos termos do Decreto-Lei n.º 42/2013, de 22 de março, publicada no Diário da República, n.º 102, 1.ª série, de 28 de maio de 2013
Atividade Pecuária
Declaração de Retificação 31/2013 24/07/2013
Retifica o Decreto-Lei n.º 81/2013, de 14 de junho, do Ministério da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território, que aprova o novo regime de exercício da atividade pecuária e altera os Decretos-Leis n.º 202/2004, de 18 de agosto, e n.º 142/2006, de 27 de julho
Novo Regime Jurídico das Armas e suas Munições
Lei 50/2013 24/07/2013
Quinta alteração à Lei n.º 5/2006, de 23 de fevereiro, que aprova o novo regime jurídico das armas e suas munições
Orçamento do Estado para 2013 - Legislação Fiscal - Taxas Moderadoras
Lei 51/2013 24/07/2013
Procede à primeira alteração à Lei n.º 66-B/2012, de 31 de dezembro (Orçamento do Estado para 2013), à alteração do Código do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares, do Código do Imposto sobre o Valor Acrescentado, do Código dos Impostos Especiais de Consumo, do Estatuto dos Benefícios Fiscais, à segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 172/94, de 25 de junho, e à Lei n.º 28/2012, de 31 de julho, e à terceira alteração ao Decreto-Lei n.º 113/2011, de 29 de novembro
Produção de Eletricidade em Regime Especial
Portaria 237/2013 24/07/2013
Estabelece o regime jurídico do procedimento de comunicação prévia relativo à atividade de produção de eletricidade em regime especial, bem como as regras aplicáveis à emissão, alteração, transmissão e extinção do ato de admissão da comunicação prévia
Regulamento da medida "Comércio Investe"
Portaria 236/2013 24/07/2013
Aprova o Regulamento da medida "Comércio Investe"
Fonte:
Hoje ficam duas fotografias que nos recordam a antiga lixeira. Ambas devem ser também dos anos 80. A par da publicação destas fotografias, fica um exercício simples para a maioria das pessoas da nossa Aldeia e outras que por aqui passaram e passam: descobrir as diferenças entre a antiga lixeira e a actual.
As fotografias foram adquiridas com negativos.
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Uma vez que ninguém descobriu as diferenças, deixo algumas aqui:
- antigamente, a lixeira estava afastada da Aldeia e toda a gente estava muito incomodada. Desde há uns anos, está no meio da Aldeia e poucos são os que se preocupam;
- antigamente, toda a gente despejava o lixo na lixeira. Desde há uns anos, a actual lixeira é coutada privada da CMChaves e dos seus acólitos;
- antigamente, estava permanentemente a arder. Desde há uns anos, temos tido a sorte de nunca ter ardido, pois não seria apenas a lixeira. É certo que neste ponto devemos agradecer à CMChaves (e respectivos defensores) as limpezas que efectua ao espaço depois de lá depositar o lixo. Segundo o Penas, são limpezas semestrais... É claro que são...
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AVISO: A cópia ou utilização das fotografias e textos aqui publicados são expressamente proibidas, independentemente do fim a que se destinam.
Propriedade e detenção dos direitos de autor: Humberto Ferreira
castelo de monforte de rio livre
Águas Frias - Rio Livre - Tino
Rêverie Art - Fernando Ribeiro
Sítio das Ideias-Lamartine Dias
Andarilho de Andanhos-S. Silva
Asociación Cultural Os Tres Reinos
Amnistia Internacional - Chaves
Amnistia Internacional - Blogue
DIGIWOWO - Artigos Fotográficos
RuinArte - Gastão de Brito e Silva