Últimas fotos de 15/11/2015.
Para mais imagens dos últimos 8 anos, clique na seguinte ligação:
http://outeiroseco-aqi.blogs.sapo.pt/tag/e
No passado dia 16, deixava aqui a prova de que a Câmara Municipal de Chaves não quis gastar 250.000,00 euros (ou menos) para resolver um problema grave de poluição que atenta contra o ambiente, a saúde pública das populações e a segurança rodoviária.
Também referi que decorridos mais de 8 anos, os vários membros dos executivos tanto da CMChaves como das Juntas de Freguesia, porque em ambos os casos foram vários, continuam a culpar as empresas da poluição e crimes diários que ali são cometidos. Note-se, porque eu também já escrevi isto, que todos os elementos da CMChaves (presidente, vice-presidente, vice-vice-presidente, vereadores, responsável pelos esgotos, etc..) recebem semanalmente nos seus emails pessoais imagens da situação dos esgotos provenientes dos parques empresariais e que eles lançam nas linhas de água que desagúam no Tâmega. E isto porquê? Para que depois nenhum deles vir a público dizer que não sabia ou que se trata de uma situação pontual, como por exemplo já aconteceu por diversas vezes com o cabeleira.
Esquecem-se no entanto que as empresas só puderam iniciar a sua actividade porque eles (da CMChaves) lhes emitiram licenças de utilização, permitindo-lhes com este documento laborarem “legalmente”.
Por outro lado, também todo o executivo da CMChaves e os seus “gestores dos parques” sabem que têm empresas industriais a laborar numa infraestrutura que continuam a chamar de Mercado Abastecedor e que foi comparticipado pela Comunidade Europeia para esse único fim. Não percebo como a Comunidade Europeia lhes permite isso e até já foi visitada pelo Passos Coelho. De uma coisa eu tenho a certeza. Se um particular pedir apoios para um comércio e com o dinheiro da comparticipação fizer uma industria de qualquer tipo, terá de devolver o dinheiro acrescido de juros. Como todos sabem, os mercados abastecedores são infraestruturas destinadas exclusivamente ao comércio por grosso e, como tal, não estão preparadas para albergar qualquer tipo de indústria.
Primeiro Ministro visita local dos esgotos em 31 de Maio de 2013 (Boletim Municipal)
Depois também não acredito que a Comunidade Europeia saiba que a CMChaves tenha construído os parques, sem construir uma solução a dar aos esgotos que esses mesmos parques iriam produzir.
E ainda acredito menos que a CMChaves deduza da factura da água, que suponho que deva cobrar as empresas ali instaladas, as taxas de saneamento (e afins), uma vez que não está a tratar (nem nunca tratou) os esgotos por elas produzidos. Seria boa ideia, essas empresas, começarem por pedir à CMChaves a devolução dessas taxas e depois indagarem também o porquê de a CMChaves os estar constantemente a culpar de erros e crimes que a CMChaves comete de forma deliberada.
E isto tudo vem à tona porque após mais de 8 anos e, excepção feita para os Agentes do SEPNA que sei que se deslocam ao local, no mês de Outubro o local foi “visitado” por várias entidades, a saber e aos quais agradeço:
- Técnico da Operscut/Norscut, no dia 15 de Outubro para verificar o apodrecimento da conduta que passa por baixo da A24;
- Três elementos da Quercus de Vila Real, no dia 22 de Outubro para confirmar a situação das inúmeras denúncias que receberam ao longo dos anos;
- Dia 29 de Outubro, um representante do Partido Ecologista Os Verdes, um jornalista da Antena 1 e uma jornalista (com o seu operador de camera) da SIC.
Já no dia 3 de Novembro fui contactado por uma jornalista do Jornal de Notícias.
Destas visitas resultaram uma reportagem da Antena 1, emitida no dia seguinte (30 de Outubro), uma reportagem da SIC, que deveria ter sido emitida no dia seguinte também, mas que “inexplicavelmente” apenas foi emitida no Primeiro Jornal no dia 2 de Novembro e um artigo no Jornal de Notícias, publicado no dia 6 de Novembro.
Em todas essas reportagens o cabeleira também foi entrevistado e referiu sempre o mesmo, para manter o seu discurso habitual de “santo inocente” que fica surpreso com a situação que lhe apresentam.
Fotograma da reportagem da SIC transmitida no dia 2 de Novembro
As suas respostas são as habituais:
1 – Avaria na mini-ETAR, ETAR compacta ou outro nome qualquer que lhe venha à cabeça, o que é mentira e ele sabe-o bem. Quem acompanha as publicações semanais neste blogue e vê as imagens (que ele também recebe semanalmente) chega facilmente à conclusão que a “suposta” avaria é diária, ou seja, nunca funcionou ao longo destes anos todos. Aliás eu recebi um parecer interessante do responsável da CMChaves pelos esgotos (que também dava outro nome à tal mini-ETAR/ ETAR compacta) que referia mais ou menos isso. Como tive um problema no computador, perdi (entre outros) esse ficheiro. Solicitei-o diversas vezes ao tal responsável dos esgotos, mas não o reenviou. Quanto à suposta avaria, já o cabeleira também tinha respondido numa Assembleia Municipal (de 30 de Abril de 2014) em que referiu “o mau funcionamento da ETAR compacta” e que disse “mandar que os serviços verifiquem e que façam a intervenção necessária para que a mesma, para que a mesma funcione bem”. Isto aconteceu na Assembleia Municipal em que os deputados do MAI – Movimento Autárquico Independente se disponibilizaram a apresentar um abaixo assinado com cerca de 90 assinaturas recolhidas em apenas 3 dias com vista à resolução da situação e construção do emissário. Podem relembrar as suas iluminadas palavras aqui (http://outeiroseco-aqi.blogs.sapo.pt/dia-mundial-da-diversidade-biologica-368315). Nas imagens publicadas nessa data e em datas subsequentes até ao presente, pode ver-se a “intervenção necessária” que ele fez.
Fotograma da reportagem da SIC transmitida no dia 2 de Novembro
2 – Culpar as empresas instaladas nos parques, que já referimos anteriormente e que tanto nós como ele sabemos perfeitamente que também é mentira. Na referida reportagem da SIC, ele afirma que a situação “terá piorado com o bagaço ao ar livre de uma distilaria”. Ainda que isso fosse verdade, a distilaria tem um funcionamento sazonal, o resto dos dias do ano quem é que piora a situação? No entanto, esquece-se mais uma vez que ele é que atribuiu as licenças de utilização e como tal as empresas só iniciaram a sua laboração porque ele quis. Mas é engraçado não referir as empresas que ele instalou ilegalmente no que deveria ser o mercado abastecedor, nem nas lamas onde eram visíveis restos de farinhas e que a mando dele foram soterradas no dia 25 de Agosto de 2015. As imagens dessa situação mostram bem que não se trata de “bagaço”, mas sim farinhas (e sabe-se lá que mais) e podem ser vistas através da seguinte ligação (http://outeiroseco-aqi.blogs.sapo.pt/camara-municipal-de-chaves-continua-a-637628).
Fotograma da reportagem da SIC transmitida no dia 2 de Novembro
3 – Referir que vai resolver o problema. E ainda por cima “no imediato colocando a mini-ETAR a funcionar correctamente”. Quem não o conheça e o ouça pela primeira vez até pode achar que é mentiroso, mas é porque é mesmo. As fotografias ao longo desta publicação são de 15 de Novembro (quase 3 semanas depois da sua afirmação). O resultado está à vista. Mas não é a primeira vez que ele diz isso. Como já referi, na Assembleia Municipal de 30 de Abril de 2014 (ou seja há mais de ano e meio), também dizia que ia “mandar que os serviços verifiquem e que façam a intervenção necessária para que a mesma, para que a mesma funcione bem”. Desde então, basta clicarem nesta ligação (http://outeiroseco-aqi.blogs.sapo.pt/tag/esgotos) e ver o problema que ele resolveu. Eu sei que para os políticos mentir é fácil e os jornalistas têm receio de os confrontar com a verdade, mas as evidências estão (e sempre estiveram) à vista de todos e com o conhecimento de todos.
Extracto da página 27 do Jornal de Notícias, publicado no dia 6 de Novembro
4 – Prometer uma resolução para o ano (2016). Ainda que não consideremos que o ano que vem é já daqui a mês e meio, tanto quanto eu saiba, nenhum proprietário voltou a ser contactado desde Março de 2006, ou seja há praticamente 10 anos. Mesmo que o cabeleira e os seus vices e vices-vices e vereadores quisessem resolver agora a situação. Deveriam apresentar o projecto que já existe, pedir pareceres e autorizações que eventualmente e que suponho sejam necessários, aguardar esses pareceres, fazer alterações que podem ser normais atendendo a que se trata de um projecto com pelo menos 10 anos, reenviar essas alterações e aguardar que estejam correctas, contactar os proprietários dos terrenos por onde também se supõe que o emissário vai passar, proceder à expropriação desses terrenos, construir o emissário numa zona cheia de nascentes e de lençóis de água subterrânea a pouca profundidade, supôr que não cometem nenhum erro (o que dado a “competência” a que nos habituaram é pouco provável), etc… Como diz o jornalista da Antena 1 na sua reportagem e muito bem: “Palavra de autárca. António Cabeleira diz que no próximo ano o assunto está ultrapassado”. O ponto fulcral desta afirmação é o “Palavra de autárca” e sendo a palavra do cabeleira que está em causa, todos sabemos bem o que ela vale.
Ao longo de mais de 8 anos, os executivos da Câmara Municipal de Chaves têm vindo de forma sistemática a poluir as linhas de água em Vale Salgueiro e como é lógico todo o seu curso até ao Rego do Cego e ao seu deságue no Rio Tâmega, na Ribeira.
Não é culpa apenas das empresas instaladas por eles nos parques e muito menos se tratam de situações pontuais como constantemente eles afirmam. A sua ignorância e incompetência, não lhes permite ver sequer as fotografias que semanalmente recebem nos seus emails individuais, mas se as recebessem diariamente, o resultado seria o mesmo. Mas a isto iremos outro dia.
Estado da linha de água em Vale Salgueiro em 19/04/2015
Ao longo de todo este tempo os executivos da Câmara Municipal de Chaves e também os executivos da Junta de Freguesia de Outeiro Seco, praticaram crimes ambientais, contra a saúde pública e recentemente, sabe-se também que a prática destes crimes põe em causa a segurança rodoviária na A24, devido ao apodrecimento da conduta pela qual deveriam passar apenas águas pluviais e das nascentes que naquela zona existem em abundância.
No entanto, se reflectirmos um pouco, apercebemo-nos que a Câmara Municipal de Chaves aceitou recentemente e colocou a votação dos munícipes uma proposta para a construção da conduta de saneamento - “Interceptor da Cidade de Chaves – Troço 1 – Entre a Zona Empresarial e a EE2 de Outeiro Seco - Chaves”. Esta proposta estava integrada no orçamento participativo de 2015, específicamente na componente 1 - Requalificação Urbanística e Construção e/ou Requalificação de Equipamentos Públicos, cujo montante máximo permitido era de 250.000,00 euros.
Estado de uma laga cheia de esgotos em Vale Salgueiro em 25/08/2015
(Os esgotos foram soterrados nesse dia, continuando a infiltrar-se nos terrenos)
Quem se deu ao trabalho de ler a descrição detalhada da proposta sabe que o valor estimado proposto era de 250.000,00 euros que corresponderiam à parte não comparticipada por fundos comunitários e, como tal, que a Câmara Municipal de Chaves teria de suportar.
A Câmara Municipal de Chaves, ao aprovar a proposta e ao submetê-la à votação dos munícipes, reconheceu de forma inequívoca que o custo dessa obra não seria superior a 250.000,00 euros, isto a preços de 2015. Porque se a obra tivesse sido levada a cabo em 2006 (como estava prevista), o valor seria bastante inferior devido a várias variáveis que não interessam aqui expressar.
Uma das saídas de esgotos da CMChaves em Vale Salgueiro em 15/11/2015
Resumindo, a Câmara Municipal de Chaves preferiu poluir diariamente as linhas de água em Outeiro Seco e o Rio Tâmega em vez de ter gasto 250.000,00 euros (ou menos, como já vimos).
Das duas uma, ou a Câmara Municipal de Chaves não tem 250.000,00 euros, ou as eventuais coimas que lhe foram aplicadas são tão baixas que os crimes acabam por compensar.
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