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No passado dia 24, o Diário Atual publicava uma entrevista com o presidente da Câmara publicitando que haveria “Investidores com interesse no Parque Industrial de Chaves”.
Fonte: Diário @tual, 24 de Março de 2018
Ainda bem, digo eu. Até seria bom que em vez de estarem interessados no “Parque Industrial de Chaves”, estivessem apenas interessados em alguns lotes de terreno desse mesmo “Parque”, pois sempre seria uma forma de limparem o mato, as lixeiras e a poluição que o Município lá tem instalado, de forma sistemática e intencional.
Estranho é começarem por dizer que, para além da “Plataforma Logística” e do “Parque de Atividades de Chaves”, o tal “Parque Industrial de Chaves” é também composto pelo “Mercado Abastecedor”.
Fonte: Google
O que se sabe é que, e suponho que excluindo aquilo que foram pagando aos iluminados gestores que lá estiveram, pelo menos, foram lá gastos 3.849.152,75 euros, mas toda a gente sabe que não há “Mercado Abastecedor” nenhum. O que há naquele espaço é um conjunto de armazéns que deveriam destinar-se ao comércio por grosso, mas onde, sucessivamente, têm sido instaladas pelo Município, do meu ponto de vista ilegalmente, empresas industriais que segundo dizem não têm pago (ou não pagaram) as rendas (RTP Notícias, 12 de Janeiro de 2017).
Mais estranho ainda é que refiram os “pontos fortes” como sendo a proximidade dos parques da fronteira e de uma autoestrada “que faz a ligação ao centro da Europa” (e mais além…), “a um aeroporto e a um porto…” (e a praça de táxis, e aos TUC da AVT, e…), “a existência de uma Escola Profissional e de um Centro de Formação” (e… aqui não sei o que mais há…para além da "Escola Superior de Saúde"), mas não refiram a sua proximidade ao “Museu da água e dos esgotos”, infra-estrutura esta em que investiram diariamente ao longo de mais de 10 anos. Só pelo facto de os seus antecessores/opositores terem contribuído com mais dias de poluição para esse “Museu” (3655 dias do PSD, face aos 157 dias do PS), não lhes podem retirar esse mérito, nem esconder essa informação. Isto é inadmissível.
E os “pontos fracos”? Será que o Município informou os potenciais investidores interessados de que a maioria das infra-estruturas instaladas no “Parque Industrial de Chaves” estão destruídas ou não funcionam? Será que também os informaram de que o Município não pretende tratar os efluentes das empresas que lá instalarem, tal como não o têm feito até à data, embora, independentemente disso, tenham de pagar as taxas de saneamento e resíduos? Será que os informaram que a tal “autoestrada” não lhes permite ir directamente, por exemplo, até à Austrália ou à Nova Zelândia? Sei lá, mas tudo isso são informações importantes.
Mas a rainha das “estranhezas” é que, entre os vários critérios de avaliação, os potenciais investidores interessados vão ver as suas propostas apreciadas em relação ao “impacte ambiental” pelos mesmos indivíduos que diariamente, ali ao lado, despejam esgotos sem tratamento na água e terrenos circundantes. A questão nem está em se o podem fazer, porque pelos vistos podem fazer o que querem, mas sim se têm competência para fazê-lo, porque à vista está que de incompetência estão o ambiente e o Rio Tâmega cheios desde 2007.
Fonte: Imagem de fundo e notícia Diário @tual, 11 de Março de 2017
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Fica o contador actualizado:
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COMBATENTES DA GRANDE GUERRA DE 1914/1918 DA ALDEIA DE OUTEIRO SECO
Em todas as aldeias existem personagens tratadas com deferência, sem muitas das vezes terem aparentemente nada que os destaque dos restantes habitantes, enquanto outros deveriam permanecer na memória coletiva, só restando deles o nome ou talvez uma simples fotografia, já agastada pelo tempo.
Quando procuramos saber quais os outeiro secanos que foram mobilizados para a 1ª. Guerra Mundial de 1914-1918, fomos confrontados que no espaço de duas décadas, nas gerações mais idosas, esses acontecimentos tinham praticamente caído no esquecimento.
Pelo que soubemos é que essas ocorrências deixaram traumatismos, e marcas que muitas das vezes não queriam ser relembradas e que foram passadas em terras bem distantes, e que após o seu regresso, e a dureza dos tempos que corriam, e uma vida intensa relegaram esses acontecimentos para segundo plano, ou passaram para o esquecimento.
Foi com grande surpresa quando procedíamos à nossa investigação sobre os combatentes de Outeiro Seco, sendo eles os seguintes; “ Manuel dos Santos, José Figueiras, Francisco Morgado, Filipe Ranheta (este natural de V. Verde Raia), Sargento José Francisco Gonçalves Sevivas, Abel Agrela, 1º. Cabo Joaquim Estorga Salgado, Albino de Carvalho, soldado nº 929, filho de João Carvalho e Maria Silvana, único outeiro secano falecido em terras de França, faleceu em 06/03/1918 de tuberculose pulmonar, pertencia à 1ª. Companhia do Regimento de Infantaria 19. Mas será apenas sobre o combatente, Joaquim Estorga Salgado que aqui vamos escrever.
O Joaquim nasceu em Outeiro Seco a 03/08/1893, filho de António Estorga Salgado e de Maria Júlia Alves ou (Portela) era o 2º. Filho do casal de um total de 8 irmãos.
Fotografia gentilmente cedida pela Ana Maria Salgado
O Joaquim percorreu as ruas da maravilhosa aldeia de Outeiro Seco, durante a sua mocidade, aqui conviveu com outros jovens, foi nesta aldeia que aprendeu as primeiras letras.
Já com os seus 19 anitos viu na madrugada do 08/07/1912, passar as tropas de Couceiro.
Quis o destino que logo no ano seguinte (1913), o Joaquim assentasse praça no Regimento de Infantaria 19. Faz a sua recruta no R.I. 19, sendo promovido no final da recruta a cabo, talvez esta promoção ou a falta de perspetivas levem Joaquim, a seguir a vida militar.
Já em pleno ano de 1914, as coisas pela Europa não estão famosas, paira no ar o som dos tambores de Guerra.
Chegado o mês de Janeiro de 1915, logo no início o Regimento de Infantaria 19, de Chaves, no seu 3º. Batalhão, é recebida a ordem de mobilização com destino a Africa, pois as colónias eram alvo de investida por parte dos Alemães.
A 17 de Janeiro de 1915, procede-se ao sorteio das praças das classes de 1912 e 1913, do 1º. e 2º. Batalhão de Infantaria 19, e que deveriam completar o efetivo a mobilizar.
Livro da coleção particular do Sr. João Jacinto
A 28 de Janeiro, seguiu para Lisboa o 1º. Contingente de soldados do R.I. 19, sendo fixada a partida dos restantes soldados o dia 31 de Janeiro de 1915.
Às 13 horas do dia 31/01/1915, após uma breve alocução, pelo Coronel Augusto César Ribeiro de Carvalho, comandante do Regimento, toda a força militar saiu a caminho de Vidago. Nesse mesmo dia parte o comboio com destino à Régua, onde seria feito o transbordo com destino ao Porto.
Às primeiras horas do dia 1 de Fevereiro, chegavam ao Porto, feito novo transbordo para o comboio que os levaria a Lisboa (Santa Apolónia), sendo logo feito o desembarque, seguem para o quartel da Cova da Moura, à espera da viagem marítima.
Às 12 horas do dia 3 de Fevereiro, todo o pessoal e material, já se encontra no paquete Portugal, da parte da tarde larga âncora com destino à Madeira, fazendo ai escala, para logo no dia seguinte seguir novamente viagem com destino a Angola.
Livro da coleção particular do Sr. João Jacinto
Já ao amanhecer do dia 19 de Fevereiro, se avistava a baia de Luanda permanecendo ai algumas horas, para logo iniciar viagem com destino ao porto de Moçâmedes, onde chegou às 7 horas do dia 23 de Fevereiro. Nesse mesmo dia desembarca todo o Batalhão, dirigindo-se de imediato para o acampamento, no lugar das Hortas.
Em 20 de Março aí permanecem no acampamento, durante a sua permanência em Moçâmedes, onde prestam vários serviços, o Batalhão procedeu a várias escoltas de comboios, tendo essas operações sido confiadas aos 1º. Cabos, e que a seguir são mencionados, e os quais cumpriram essa missão com a maior lealdade e patriotismo:
1º. Cabo Manuel Monteiro, José Gomes, Ildefonso Valério Ferreira Pinto, José do Nascimento, Cassiano José Mendes; Cesar Augusto Mirandês, Guilherme Ribeiro, Manuel Joaquim, João Maria Teixeira, Domingos Alves Mestre, Eduardo Leitão dos Santos, Artur Elias Sousa, Henrique Pascoal, Algemino Duarte, José Lopes Diogo, Francisco Augusto de Sousa, e JOAQUIM ESTORGA SALGADO.
A 2 de Julho o Batalhão deixa Moçâmedes. Já na noite de 3 de Julho chega a Quilemba, executando na manhã do dia 4 marcha ate Lubango, onde ficou alojado.
Livro da coleção particular do Sr. João Jacinto
A 16 de Julho aí é instalado o quartel-general, serão os contingentes da 11ª. Companhia e 12ª. que vão fazer parte da conquista do Cuahama, sendo assim dado começo ao 2º. período das operações além Cunene.
No dia 24 de Julho às 7 horas a Companhia 11ª e 12ª partem para Humbe, onde chegaria a 9 de Agosto com 302 soldados e os seguintes oficiais, sargentos e 1º. Cabos.
12ª. Companhia, Capitão António Rodrigues da C. Azevedo, Alferes Frederico Tamagnini de S. Barbosa, João Almeida Serra, Henrique Perestrelo da Silva, 1º. Sargento Rafael Gama, 2º. Sargento Amílcar Afonso P. Camoezas, António Mendes Cardoso, Ermogénio de Almeida, Júlio António da Trindade, 1º. Cabos António dos Santos, JOAQUIM ESTORGA SALGADO, Guilhermino Ribeiro, José do Nascimento, João Eduardo Coelho, José Joaquim Dias Pereira, Henrique Pascoal Artur Rodrigues, António Rodrigues e Firmino Morais.
A 20 de Agosto toda a 12ª. Companhia passa a fazer parte da coluna do Cuamato, marchando para o Vau de Chimbua. Incorporados no destacamento do Cuamato, tendo tomado parte no combate da #Chana da Mula# em 24 de Agosto. Vindo depois a ser incorporados no destacamento de Negiva. Sendo destacados no posto de Oxinde desde 4 de Setembro. Sendo as forças de Infantaria 19 incorporadas nesse destacamento.
Já quase a findar o ano de 1915, e no dia 13 de Dezembro, o 3º. Batalhão de Infantaria 19, marcha de Lubango a Vila Arriaga, para voltar a Moçâmedes, regressando ao continente em 11 de Março de 1916, chegando ao regimento de Infantaria de Chaves a 31 de Março 1916, tendo ficado em terras de Africa 33 bravos transmontanos.
O outeiro secano Joaquim regressa à sua terra natal, mas continua ao serviço do R. Infantaria 19, tinha à sua espera a família e a sua futura esposa.
Joaquim Estorga Salgado casa nesse mesmo ano em 07/12/1916, com Ana Chaves Barrocas, o jovem recém-casado passa pouco tempo com a sua esposa, desconhecendo o que a sorte lhe reservava.
Às 24 horas do dia 21 de Maio de 1917, saia de Chaves com destino a Lisboa, o 1º. Batalhão de Infantaria 19, a fim de constituir em França o 2º. Depósito de Infantaria do Corpo Expedicionário Português.
Nele seguia o outeiro secano Joaquim Estorga Salgado do 1º. Batalhão, 2ª. Companhia e do 2º. Depósito de Infantaria sendo o 1º. Cabo nº 380 cabendo-lhe a placa de identificação nº. 9876, embarcou com destino a Brest (França) em 23/05/1917.
Chegado a terras de França, a 13/06/1917, JOAQUIM ESTORGA SALGADO, é colocado no batalhão do Regimento de Infantaria 21, com vários outros bravos transmontanos. Embora dispersos pelos vários Batalhões, em terras de França, os bravos transmontanos do 19 de Infantaria, cantavam por vezes, até mesmo em plena 1ª. linha o Hino do Regimento de Infantaria 19, da autoria do Flaviense “Gastão de Sousa Dias”.
Livro da coleção particular do Sr. João Jacinto
Em pleno mês de Março de 1918, todo o sector Português, era um autentico inferno de ferro e fogo, e que viria a ter por epilogo a batalha de “La-Lys”, os valorosos transmontanos de Infantaria 19, lembrando os velhos tempos. E os grandes dias de glória, laçam-se sobre as trincheiras inimigas no subsector de “Ferme de Bois”, num importante “raid” e inutilizam a 2ª. linha alemã. Pela maneira como se portaram em tão importante ação uns foram promovidos e outros condecorados. Entre eles o outeiro secano JOAQUIM ESTORGA SALGADO.
“Do épico “raid” de 9 de Março de 1918, cabe ainda mais glória à Infantaria 19. Nele tomaram parte com elogiosas referências, os sargentos desta unidade Albano Joaquim do Couto, JOAQUIM ESTORGA SALGADO, os quais foram assim distinguidos”.
JOAQUIM ESTORGA SALGADO
“Condecora com a Cruz de Guerra de 4ª. Classe Military Medal Inglesa e louvado, pela decisão e valentia de que deu provas no comando da fracção que lhe foi confiada no “raid”, efectuado com completo êxito pela sua companhia em 9 de Março de 1918-O.E. nº. 10 (2ª. Série) de 1920”.
Lembramos ainda que o Joaquim Estorga Salgado, em 22 de Dezembro de 1917, era promovido ao posto de Sargento.
Em 16/03/1919, apresenta-se no Comando Militar em França, a fim de seguir para Portugal, tendo desembarcado em Lisboa no dia 3 de Abril de 1919.
Feita a sua apresentação no R. Infantaria 19 em Chaves. Regressa à sua terra natal, para recuperar de algumas mazelas da guerra.
Feita essa recuperação deixa também o serviço militar, sendo a sua permanência na aldeia, muito curta. Parte à procura de uma vida melhor, conjuntamente com a sua esposa e filha mais velha, vai viver e trabalhar para Anadia. No posto Agrícola de Anadia, aí permanece alguns anos.
Talvez pelo ano de 1924, regressa à terra natal, passando a trabalhar na Escola Agrícola Móvel Alves Teixeira em Vidago. Vindo a falecer em 26/03/1949. Tendo deixado quatro filhos: Maria, Eugénio, Augusto, e António, também já todos falecidos.
Orgulhe-se Outeiro Seco, e não esqueça, este “seu filho” que terá sido um herói que andou por terras de África, passando mais dois anos de combates contínuos na 1ª. Guerra Mundial, e de grande sofrimento, soube ultrapassar as dificuldades, atuando nos momentos de perigo de forma destemida e heroica, como lhe foi reconhecido nos louvores que recebeu.
João Jacinto
Consulta:
Arquivo Distrital de Vila Real
Livro de Batismos de Outeiro Seco
Arquivo Militar
Informações recolhidas na aldeia
Blog Genealogia
Nota:
Republicação de dia 12 de Fevereiro de 2014
Pesquisa e textos remetidos pelo Sr. João Jacinto.
"Portugal continental
Em conformidade com a legislação, a hora legal em Portugal continental:
Fonte: http://oal.ul.pt/hora-legal/mudanca-da-hora/
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Por muito que chova, não há água que arraste 10 anos de poluição constante. A chuva pode ajudar a limpar a poluição visível, mas não faz milagres. Onde a água encorar é fácil continuar a ver o lixo e os esgotos acumulados e hoje fico por aqui...
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Fonte: Imagem de fundo e notícia Diário @tual, 11 de Março de 2017
COMBATENTES DA GRANDE GUERRA DE 1914/1918 DA ALDEIA DE OUTEIRO SECO
Prestes a terminar o nosso contributo acerca dos combatentes da Grande Guerra da aldeia de Outeiro Seco, hoje trago-vos a história de outro combatente, deixando assim um registo para as gerações futuras e atuais, para que não esqueçam os seus antepassados, os seus heróis, que na maior das dificuldades souberam dar o seu melhor das suas vidas, honrando a sua Pátria.
Hoje, caros amigos, vamos falar do soldado Domingos André. Relativamente a este outeiro secano, que nos fez correr Ceca e Meca, iniciámos a nossa investigação, como é costume, pelo livro de batismos da freguesia de São Miguel de Outeiro Seco, pois foi assim que fizemos com os outros combatentes. Somos levados até ao ano de 1893. É aí que vamos encontrar o Assento nº3 e será através deste registo que a nossa investigação é levada a bom porto.
Reza assim o Assento nº.3 do ano de 1893 do livro de batismos da freguesia de São Miguel de Outeiro Seco.
Assento nº3:
“Aos vinte e seis dias do mês de Fevereiro do ano de mil oitocentos e noventa e três, nesta igreja paroquial de São Miguel de Outeiro Seco, batizei solenemente um indivíduo do sexo masculino a quem dei o nome de Domingos, que nasceu nesta freguesia as cinco horas da tarde do dia vinte e três do dito mês, filho natural de Albina André, solteira filha de Miguel André lavrador e de Maria Bicência, natural do Pereiro de Argeriz, concelho de Valpaços, neto paterno de avôs incógnitos, neto materno de Miguel André e de Maria Bicência, foram seus padrinhos Domingos Diogo e sua filha Maria maior de idade.
O Padre António Gonçalves Amaro.”
Mas será o seu assento de batismo que nos vai dar uma grande ajuda à nossa investigação, pois houve o cuidado da parte de alguém em registar todos os averbamentos no seu assento de batismo. O amigo leitor vai poder verificar que os averbamentos do seu assento de batismo, não coincidem com o que consta registado no Boletim do CEP.
Domingos André, casou com 21 anos de idade, no dia 2 de Dezembro de 1914, com Secundina Rosa de 22 anos de profissão padeira, natural da freguesia de Santo Estevam de Faiões, e residente em Faiões, e filha de João Barroso e de Maria da Conceição Cruz, também padeira.
Sua esposa Secundina rosa viria a falecer em 5 de Agosto de 1963, em Faiões. A nossa dúvida é onde vivia o Domingos André, em Faiões ou em Outeiro Seco? Vamos aguardar pelos restantes dados e no final verificamos.
Ora o Domingos André passou a sua juventude em Outeiro Seco, casou e depois teve pela frente o serviço militar, alistado no Regimento de Infantaria 19 de Chaves, sendo mobilizado para a Grande Guerra de 1914-1918.
Da consulta ao seu Boletim do CEP, verificamos o seguinte:
O seu nome Domingos André, pertencia ao 1º. Batalhão, da 2ª. Companhia, 2º Depósito de Infantaria, era o soldado nº. 569, sendo a sua placa de identificação nº. 63988, e diz-nos também que o seu estado civil era solteiro, era filho de Albina do André, era natural de Outeiro Seco do concelho de Chaves, e que o parente mais próximo era a sua mãe residente em Outeiro Seco - Chaves.
Pois amigo leitor aqui está a contradição aparece como solteiro, o parente mais próximo a sua mãe, isto no Boletim do CEP. Mas a verdade é que já era casado e o familiar mais próximo seria a sua esposa, mas isto acontece.
O Domingos André parte para a frente de combate em 1917, sai do cais de Alcântara em 23 de Maio de 1917, com destino a Brest. Aí chegado é colocado na Companhia de metralhadoras em 4 de Julho de 1917. Mas caros amigos será este Domingos André um herói, não se admirem com o que vamos descrever. No seu Boletim do CEP consta o seguinte: “Louvado porque estando no dia 18 do corrente de serviço nas posições contra aeroplanos, conseguiu fazer aterrar um aeroplano inimigo entre as 1ªs e 2ªs linhas alemãs sem o concurso próximo doutras armas, pelo que demonstra muita serenidade excelente pontaria solida instrução deste tão importante serviço.” (O do 5º J. M. nº67 de 20.02.1918). Licença da Companhia em 18 de Maio de 1918. Embarcou para Portugal a bordo do transporte Pedro Nunes em 18 de Maio a fim de gozar a licença da Companhia.
Este combatente como todos os outros, por lá passou bons e maus momentos, era a vida dura das trincheiras. Regressou são e salvo para junto da sua esposa. Viveu na aldeia de Faiões até ao dia 21 de Março de 1968, data do seu falecimento repousando os seus restos mortais na sua terra adotiva. Assim concluímos a história de mais um combatente.
João Jacinto
Consulta:
Arquivo Distrital de Vila Real
Arquivo Militar
Informações recolhidas na aldeia
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Pesquisa e textos remetidos pelo Sr. João Jacinto.
São engenhosos, não haja dúvida... Vejam a evolução.
Mais exemplos. Imagens captadas dia 04032018 em Outeiro Seco, concelho de Chaves.
Desde 2007 que venho afirmando que a CMChaves "mistura" esgotos onde apenas deveria haver águas pluviais e vice-versa. Para além da evidente e contínua poluição que as imagens que venho publicando demonstram, em muitas delas é possível ver esgotos a correr em determinados pontos onde só deveria haver águas provenientes da rede de águas pluviais e em outras, ver que as águas da rede de águas pluviais se junta à rede de águas residuais. Neste último caso, chamei muitas vezes a atenção para o facto de se verificarem evidências da "unidade de depuração" (mini-ETAR) ter transbordado, em particular após períodos de chuva. No entanto, a CMChaves, seu executivo e seus competentíssimos funcionários afectos à área dos esgotos, quando respondiam, sempre disseram que não.
Ainda no último Sábado, em conversa com um casal de amigos, reconhecia que ao longo de mais de 10 anos nunca tinha conseguido captar uma fotografia que não deixasse margens para dúvidas em relação àquilo que sempre afirmei e que para mim sempre foi evidente. Pois..., nunca tinha conseguido, mas já consegui. Como podem ver na imagem, em dias de chuva a "unidade de depuração" transborda e como é pouco provável que seja por causa de um aumento repentino de produção de esgotos das empresas instaladas nos parques a um Domingo, só pode significar que as águas da rede de águas pluviais estão a "misturar-se" na rede de águas residuais. Ou seja, todos os esgotos e lamas acumulados em períodos de "seca" e que não saíram pela "unidade de depuração" que nunca funcionou, saem pela abertura superior sempre que caiam meia-dúzia de pingos.
Extracto do despacho de arquivamento do Processo nº 783/16.6T9CHV
Estou certo que ainda se recordam do Despacho de Arquivamento do Processo Nº 783/16.6T9CHV emitido pelo Ministério Público em 28042017, em que ficamos a saber que o executivo da Junta de Freguesia de Outeiro Seco mentiu. Pois vou utilizar o mesmo documento para demonstrar que a CMChaves, para além de mentir publicamente através dos meios de comunicação social, também mentiu perante a "Justiça". Nesse despacho podemos ler que o então responsável pela área, referindo-se à rede de saneamento, "...declarou que a composta por duas redes distintas, totalmente autónomas, sendo uma de águas pluviais e outra de águas residuais domésticas.". O sublinhado é meu, o lapso ortográfico é o que consta do despacho.
Podemos ver que as duas redes não são "totalmente autónomas", nem nada que se pareça, e aquilo que estão a fazer (e se não é, pelo menos parece) é a utilizar as águas da rede de águas pluviais para "lavar o vasilhame" da "unidade de depuração", espalhando pelas linhas de água e terrenos contíguos os resíduos sem tratamento daí resultantes. Assim, depois destas "lavagens", podem dizer que durante uns tempos as águas correm "limpas" e até as podem mandar analisar ou, como dizia um amigo meu, até podem levar no bolso uns cágados e espalhá-los por lá para, passado uns tempos, poderem afirmar que viram lá uma (1) rã e que “…é do senso comum que a presença de anfíbios representa ausência de poluição grave;...”. Podem rir à vontade, mas por incrível que pareça, isto também está escrito, embora a concordância em número não esteja correcta. Antes que alguém venha dizer que isto aconteceu por causa de ter chovido "muito", quero só relembrar que se as duas redes fossem "totalmente autónomas", como deveriam ser, não poderia haver qualquer transferência entre as mesmas, quer chova ou chuvisque. Portanto, das duas uma, ou as obras estão mal feitas e as duas redes "têm comunicação" entre si, o que não deveria acontecer, ou a CMChaves está de forma intencional a reencaminhar as águas da rede de águas pluviais para a rede de águas residuais, para assim diluir os esgotos e torná-los mais fluídos.
Fotografia de dia 04032018 em que é visível o resultado da "unidade de depuração" ter transbordado
Sempre fui a favor da criminalização e punição destes indivíduos que, sob a protecção do funcionalismo público e sobretudo político, proferem mentiras com prejuízos graves para a causa pública, de uma forma geral e para a propriedade privada, em particular. Mais ainda, quando essas mentiras são difundidas publicamente através dos diversos meios de comunicação social ou declaradas sob juramento perante a "Justiça". Em qualquer empresa privada minimamente responsável, estes indivíduos, quer na qualidade de funcionários, quer de gestores (se assim considerarmos os elementos do executivo camarário) seriam, no mínimo, despedidos. No entanto, aquilo que vemos é que continuam ao serviço das instituições que deveriam representar com honestidade e competência, sorvendo e esbanjando dinheiros públicos que poderiam ser investidos em pessoas honestas e competentes que muitas vezes têm de abandonar o nosso concelho, a nossa região ou até o nosso país, só porque não estão filiadas em nenhum partido político ou não dançam ao som dos seus violinos.
Fotografia de dia 05022017 em que é visível o resultado da "unidade de depuração" ter transbordado
Mais grave ainda, é que entretanto o executivo camarário mudou, é conhecedor de todas estas infracções, quer dos seus antecessores no cargo, quer de diversos funcionários, e embora se apresentassem como sendo "diferentes", com novas atitudes e com vontade de implementar novas medidas, a verdade é que diariamente continuam a manter e a praticar estes actos criminosos para com o ambiente e a propriedade privada, a ocultar os erros dos seus antecessores e a proteger as mentiras e incompetências de diversos funcionários envolvidos e isso, do meu ponto de vista, é inadmissível. Também aqui, antes que alguém venha dizer que os actuais inquilinos da CMChaves estão lá há pouco tempo e que só agora tomaram conhecimento destas situações, quero também relembrar que enquanto estiveram na oposição (bem como os outros partidos) receberam exactamente a mesma informação que chegava aos seus antecessores, portanto desde há muito que têm pleno conhecimento destas situações. Este é o respeito que a CMChaves sempre demonstrou (e demonstra) para com as pessoas directamente lesadas e os seus bens e, para com o ambiente que é de todos nós.
Fotografia de dia 02082015 em que é visível o resultado da "unidade de depuração" ter transbordado
Poderia continuar e colocar aqui dezenas de imagens de anos anteriores em que se vêm claramente as consequências da "unidade de depuração" ter transbordado, mas o melhor mesmo é ver todas as imagens que já foram publicadas desde 20 de Outubro de 2007, isto claro, para quem ainda não as viu.
Esta imagem de 25082015 mostra outro crime público que, como não poderia deixar de ser, mais uma vez ficou sem castigo. As lamas acumuladas que a CMChaves retirou de um trecho da linha de água, provenientes do facto da "unidade de depuração" transbordar e de a mesma não funcionar e, que disse que iria transportar para a Resinorte para serem tratadas, foram soterradas. Publicações aqui e aqui.
Esta última fotografia mostra um ponto (a poente da "unidade de depuração") onde só deveria haver água proveniente das nascentes que sempre existiram naquele local, bem como águas da rede de águas pluviais. Como se pode ver na imagem são despejados para lá esgotos. Também foi neste local onde captei a primeira fotografia, em 20 de Outubro de 2007, na qual se podem apreciar sinais evidentes de poluição. Hoje todo este espaço está repleto de vegetação não autóctone, proveniente possivelmente dos aterros e para além dos cheiros, praticamente não é possível ver a poluição devido ao denso canavial e à ausência de limpeza dos terrenos por parte da CMChaves.
Como sempre, fica o contador actualizado:
Nº de dias de poluição (desde 20102007) = 3890 dias
Nº de dias de atraso da obra do emissário (desde Junho) = 286 dias
Fonte: Imagem de fundo e notícia Diário @tual, 11 de Março de 2017
E pronto, apenas ficam por atribuir uns quantos adjectivos que já tinha para aqui alinhavados e que qualificariam adequadamente este tipo de indivíduos, mas como estamos em horário infantil vão ter de ficar para uma próxima ocasião. De qualquer forma, não deixem de visitar Chaves, cidade termal, das águas e dos esgotos e para todos aqueles que há dias pensaram ver "lontras" junto às pontes a boiar nas cheias do Rio Tâmega, pensem melhor...
COMBATENTES DA GRANDE GUERRA DE 1914/1918 DA ALDEIA DE OUTEIRO SECO
Na continuação do nosso trabalho sobre os soldados da aldeia de Outeiro Seco que participaram na Grande Guerra, hoje vamos falar do soldado José Ferreira Barroca Pantaleão.
Como vem sendo nosso costume, iniciámos muitas das vezes a nossa investigação pelo livro de batismos da freguesia de Outeiro Seco ou seja, é o nosso ponto de partida.
Caro amigo leitor, desde já alertamos que no assento de batismo deste outeiro secano, não consta nenhum averbamento adicional.
Consultámos o livro de batismos de São Miguel de Outeiro Seco referente ao ano de 1892. Foi aí que encontrámos o Assento nº. 17, que nos diz o seguinte:
“Aos onze dias do mês de Dezembro do ano de mil oitocentos e noventa e dois, nesta igreja paroquial de São Miguel de Outeiro Seco, batizei solenemente um indivíduo do sexo masculino a quem dei o nome de José, que nasceu no dia quinze de Novembro do mesmo ano, filho legítimo de Francisco Ferreira e de Ana Teresa Barroca, neto paterno de José Ferreira Pantaleão e Ana Joaquina, materno de José Joaquim Ferreira e Maria Teresa Barroca, foram seus padrinhos Aníbal de Sá Tenreiro, empregado da Guarda Fiscal e sua esposa Rosária Rodrigues.
O Encomendado António Gonçalves Amaro.”
Toda a juventude de este outeiro secano foi passada na aldeia. Atingida a idade adulta iniciava uma nova etapa na sua vida, tendo pela frente o serviço militar. Inicia a sua preparação militar no Regimento de Infantaria 19, na vila de Chaves, mas os ventos que sopravam do norte da Europa eram ventos de guerra.
Já com 25 anos de idade, o jovem José Ferreira Barroca Pantaleão era mobilizado para combater em França. Fomos à procura do seu boletim do CEP ao Arquivo Militar.
Consultámos o seu boletim, onde verificámos o seguinte:
O José Ferreira Barroca Pantaleão era soldado do Regimento de Infantaria 19, do 1º. Batalhão, 4ª. Companhia do 2º. Depósito de Infantaria, tendo a sua placa de identificação o nº. 64361, o seu nome José Ferreira Barroca, soldado nº. 275. Também no seu boletim só la consta a sua mãe Ana Teresa Barroca, o que nos leva a deduzir que seria muito provável o seu pai ter já falecido. Embarcou no cais de Alcântara, com destino a Brest, no dia 15 de Maio de 1917. Só regressou a Lisboa no dia 10 de Abril de 1918. Já em França é colocado no Batalhão de Infantaria 15, em 15 de Junho, onde fica com o nº. 694. Baixou ao Hospital nº 1 em 30 de Outubro de 1917, é evacuado para o Hospital nº. 3 canadiano em 5 de Novembro. Teve alta em 22 tendo sido julgado incapaz de todo o serviço e de angariar os seus meios de subsistência em sessão de 2 do mesmo mês. Nada mais consta no seu boletim do CEP.
No entanto, segundo informações recolhidas na aldeia, de todos os soldados da aldeia vindos da guerra, o José Ferreira Barroca Pantaleão foi o que veio mais doente. A informação que nos deram foi a de que o José Ferreira Barroca Pantaleão passou a ser conhecido pela alcunha do “Marelinho”, pelo facto de andar sempre com uma cor amarelada. Diziam as pessoas que tinha sido gaseado.
E é tudo aquilo que conseguimos saber sobre este outeiro secano. No seu assento de batismo não consta a data do seu falecimento. É mais um combatente que trago ao conhecimento das gentes de Outeiro Seco.
João Jacinto
Consulta:
Arquivo Distrital de Vila Real
Livro de Batismos de Outeiro Seco
Arquivo Militar
Informações recolhidas na aldeia
Blog Genealogia
Pesquisa e textos remetidos pelo Sr. João Jacinto.
castelo de monforte de rio livre
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Sítio das Ideias-Lamartine Dias
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Asociación Cultural Os Tres Reinos
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