As áreas do mapa são apenas 2 exemplos de terrenos a serem limpos pela Junta de Freguesia e CMChaves por se encontrarem perto da aldeia. Será que é desta que vão dar o exemplo?
Fonte: Fotografia do Google Maps
1- Campelo, responsabilidade da Junta de Freguesia
2- Mina e Aloque, responsabilidade da CMChaves
A limpeza dos terrenos é desde há muito uma obrigação dos seus proprietários, no entanto, poucos são aqueles que procedem à sua limpeza e manutenção. Se as entidades públicas não procedem à limpeza dos seus terrenos, os privados não sentem a necessidade de o fazer. O que acontece é que quando surge um incêndio, tanto arde o terreno que não foi limpo, como aquele que o foi e os prejuízos são sempre para quem procedeu à limpeza do terreno, quer pelo custo associado à sua manutenção, quer pelo investimento que realizou no terreno, por exemplo, com a plantação de árvores, que como é lógico acabam por arder também. A quem deve ser pedida responsabilidade?
Nos anos de 2014 e 2015 a nossa aldeia teve 2 graves incêndios, para além daquele que, de forma intencionada, foi provocado pela CMChaves na Mina e Aloque para tentar destruir o lixo não orgânico que lá depositou durante anos.
Os meus pais têm por hábito proceder à manutenção dos terrenos, procedendo à sua limpeza a cada 4 anos, sendo esta levada a cabo pela AFACC - Associação Florestal e Ambiental do Concelho de Chaves e plantando árvores. O problema é que os terrenos contíguos, tanto privados como públicos não são limpos. Com o incêndio de 2015 a Norte da aldeia, arderam todos os terrenos dos parques empresariais de propriedade da CMChaves porque não estavam limpos, inexplicavelmente passou a A24 para Sul, ardendo os taludes da mesma que não estavam limpos e a partir daí os terrenos dos nossos vizinhos, que também não estavam limpos. E como não podia deixar de ser, arderam os terrenos dos meus pais, perdendo grande parte das árvores que tinham sido plantadas, sobretudo as mais jovens.
Pessoalmente, sou a favor de que todos os proprietários deveriam proceder à limpeza dos seus terrenos, quer se encontrem perto ou mais afastados das construções.
O mesmo acontece com os terrenos públicos. Quem acompanha este blogue, sabe que por diversas vezes se chamou à atenção da CMChaves e da Junta de Freguesia para a limpeza dos terrenos por se encontrarem perto de habitações da aldeia. É claro que nunca foram limpos. Com que autoridade a Junta de Freguesia (ou a CMChaves) pode chegar junto de um proprietário e pedir-lhe para proceder à limpeza dos seus terrenos? Nenhuma, acho eu. Também, durante a campanha eleitoral, os novos inquilinos da CMChaves, prometeram que se ganhassem, procederiam à limpeza da Mina e Aloque e a retirada do lixo que lá se encontra. Será que é desta que vão dar o exemplo?
Fonte: Câmara Municipal de Chaves
A resposta é bastante fácil. Desde Outubro de 2007 que o cenário se repete, diariamente, sem excepção. Quem segue as publicações neste blogue sabe-o e as imagens não deixam margens para dúvidas.
Os principais responsáveis são os diversos executivos que têm ocupado a CMChaves desde essa data. Primeiro os do PSD e actualmente os do PS. A questão não é dizer se uns são mais responsáveis do que outros, pois são exactamente iguais. A diferença traduz-se apenas em dias e as semelhanças, em silêncios, consentimentos, encobrimentos, muita incompetência e mentiras sucessivas.
Depois temos as diversas Juntas de Freguesia, em que a de Outeiro Seco ganha por pontos no que às mentiras diz respeito. As outras Juntas de Freguesia também directamente afectadas, como sendo a de Santa Maria Maior e a da Madalena, são peritas no silêncio e permitem que o Tâmega lhes corra sujo e poluído a seus pés.
Por fim, não podem ser esquecidas as entidades fiscalizadoras e são muitas, para na sua maioria nada fazerem. Sei que o SEPNA vai lá periodicamente, mas pouco mais pode fazer do que instaurar autos de notícia que, como toda a gente sabe, infelizmente não dão em nada, nunca deram em nada e assim continuará e, não é por falta de vontade deles. Também temos a Agência Portuguesa do Ambiente e por exemplo o Ministério Público, também eles responsáveis por fiscalizar e investigar estas situações, mas aqui já entramos na área das anedotas e hoje não me apetece contar nenhuma.
Fonte: Diário @tual, 11 de Março de 2017
Desde Outubro de 2007, dia 20 mais concretamente, data da primeira imagem em que se pode ver a existência de poluição, decorreram 3883 dias, quase 10 anos e meio. Destes 3883 de poluição diária, 3747 foram directamente causados por executivos camarários ligados ao PSD e os restantes 136 dias, desde 23 de Outubro de 2017, já são da responsabilidade dos seus sucessores ligados ao PS que continuam diariamente a despejar os esgotos sem tratamento nas linhas de água que desaguam no Rio Tâmega.
Por outro lado, há pouco mais de 1 ano (06032017), após várias mentiras públicas para o início da sua realização, foi finalmente iniciada a obra para construção de um emissário (sistema intercetor do parque empresarial) em que se supunha vir a resolver esta situação da poluição, pois a CMChaves deixaria de despejar os esgotos sem tratamento nas linhas de água, para transportá-los para serem devidamente tratados numa ETAR. Isto, como bem se lembram, foi motivo para notícia de jornal, em que o então presidente do município "prometia" a conclusão da obra para Junho desse ano (2017).
Desde a data em que a obra deveria ter sido concluída decorreram 279 dias. Este atraso na conclusão da obra é um dos exemplos mais claros de incompetência, bastante repartida pelo executivo camarário, pelos seus funcionários responsáveis pela obra e pela empresa que a levou a cabo, embora esta só fez aquilo que fez, porque os ditos funcionários responsáveis o permitiram. Para além de todos os danos e abusos provocados em terrenos particulares ao longo do percurso da obra, elaboraram uma informação em que mentem e quando confrontados com as evidências remetem-se ao silêncio e não enviam os dados que lhes foram solicitados desde há 11 meses a esta data.
Em termos de responsabilidades na repartição dos 279 dias de atraso da obra, são tão responsáveis os anteriores inquilinos da CMChaves como os actuais. Sob a tutela do PSD estão 143 dias e dentro de uma semana os do PS terão atingido a mesma fasquia, pois à data de hoje já contam com 136 dias.
Quando questionados sobre estas situações, pura e simplesmente não respondem. Se durante a campanha eleitoral visitaram esgotos, lixeiras e demais "pontos negros" que os pudessem favorecer, tenho a certeza que desde então não voltaram a pôr os pés nesses locais. Desde a sua tomada de posse, não responderam a uma única queixa, a um único pedido de informação, resumindo, a nada. Limitam-se a encobrir os erros dos seus antecessores, a seguir-lhes os passos e a demonstrar o total desrespeito que têm pela população, proprietários lesados e pelo ambiente de uma forma geral.
Dizem que no passado dia 5 de Março foi a abertura da época termal. Será que os níveis de controlo da água das termas são os mesmos que aplicam nestas situações de poluição? Que garantias têm os banhistas e os "bebedores" de água quente, que a água que utilizam ou consomem está isenta destes esgotos que são lançados para o Rio Tâmega e que podem facilmente infiltrar-se nos furos de captação? Acho que são perguntas legítimas.
Quanto à situação neste momento, para além do cheiro, a poluição praticamente não se vê, porque vem "diluída" num maior caudal de água devido às chuvas dos últimos dias, mas pontualmente podemos ver a "espuma" característica e algum lixo à mistura, como é habitual.
Afinal, que mal faz uma garrafa? (foto de dia 04032018)
Fonte: Fotografia inserida no artigo do Jornal Sol de 26032015
Acima escrevia que hoje não me apetecia contar nenhuma anedota, mas não posso evitar deixar aqui esta. Há dias um amigo perguntava se sabia o porquê do termo "meio-ambiente". Respondi-lhe que não. Ele então disse que era por causa dos políticos já terem destruído metade, senão seria apenas "ambiente".
COMBATENTES DA GRANDE GUERRA DE 1914/1918 DA ALDEIA DE OUTEIRO SECO
Vamos continuar com a divulgação dos combatentes da Grande Guerra. Hoje vamos trazer ao conhecimento dos outeiro secanos mais um filho da terra que esteve na guerra em França e por lá ficou sepultado.
Foi muito difícil saber deste nosso conterrâneo. Na aldeia pouco ou nada se falava dele, era quase de um desconhecimento total. Apenas se falava de meia dúzia de combatentes, mas alguém nos confidenciou que seriam muitos mais.
Há uns bons anos atrás, em conversa com um idoso da aldeia, este confirmou-nos que deveriam ser à volta de 11 ou 12 combatentes. Também nos disse que um deles morreu em terras de França.
Procurámos-lhe como se chamava o combatente falecido em França. Respondeu-nos que ao certo não sabia se era Abílio ou Albino. Por isso ficámos na dúvida. Acabámos mais tarde por confirmar a veracidade das informações recebidas, pois na realidade são doze os combatentes de Outeiro Seco. Confirmámos também o verdadeiro nome do soldado que ficou sepultado em França, trata-se de Albino de Carvalho e será sobre ele que vamos falar.
Já que os dados fornecidos na aldeia eram relativamente muito poucos, começámos a nossa investigação mais ou menos de acordo com o ano de nascimento dos combatentes já divulgados.
Monumento aos Combatentes da Grande Guerra
Fonte: Foto publicada na página www.momentosdehistoria.com de Carlos Alves Lopes
Fomos ao livro de Batismos da freguesia de São Miguel de Outeiro Seco, referente ao ano de 1892. Aí verificámos o seguinte:
Assento nº.11 do livro de batismos da Freguesia de São Miguel de Outeiro Seco ano de 1892.
“Aos vinte e um dia do mês de Agosto do ano de mil oitocentos e noventa e dois, batizei solenemente um indivíduo do sexo masculino a quem dei o nome de Albino, que nasceu as 8 horas da manhã do dia 16 de Agosto, filho legítimo de João de Carvalho e de Maria Silvana, jornaleiros e moradores nesta freguesia, neto paterno de Luís Batista e de Maria de Carvalho, e materno de António Pereira e de Silvana Emília. Foi seu padrinho Domingos Diogo.
O Encomendado António Gonçalves Amaro.”
Como todas as crianças daquele tempo, o Albino passou a sua juventude na aldeia de Outeiro Seco. Em 2 de Abril de 1911, já com 19 anos, fica órfão de pai. Passados uns tempos, o Albino vai cumprir os seus deveres militares.
Publicação do Ministério da Guerra – Relação dos Militares Portugueses sepultados nos Cemitérios de Richebourg l’Avoué, Boulogne s/Mer e Antuérpia – Lisboa, 1937
Fomos até ao Arquivo Militar à procura de encontrar o Boletim do CEP referente ao Albino de Carvalho.
No seu Boletim verificámos que o Albino de Carvalho, fazia parte do Regimento de Infantaria nº 30 de Bragança, 1º. Batalhão ao qual correspondia a placa de identificação nº 62765, era o soldado nº. 929 da 1ª. Companhia. O seu estado civil era solteiro, filho de João de Carvalho (já falecido) e de Maria Silvana, natural de Outeiro Seco do concelho de Chaves.
Embarcou no cais de Alcântara em Lisboa, com destino a Brest, no dia 9 de Setembro de 1917 e faleceu em 6 de Março de 1918. Esteve na frente de batalha, mas já não combateu na célebre batalha de La Lys.
Publicação do Ministério da Guerra – Relação dos Militares Portugueses sepultados nos Cemitérios de Richebourg l’Avoué, Boulogne s/Mer e Antuérpia – Lisboa, 1937
Na parte das observações do seu boletim podemos verificar o seguinte:
Que foi colocado no 1º. Batalhão de Infantaria nº. 3 em 22 de Novembro de 1917, baixa à ambulância CHº. 3 em 14 de Janeiro de 1918, evacuado para o 3 canadiano Hospital em 15 do mesmo mês. Julgado incapaz de todo o serviço e de auferir os meios de subsistência em sessão de 2 de Março. Alta em 4 de Março, seguindo no mesmo dia para Q. G. afim de ser repatriado.
Faleceu no Hospital marítimo de Brest, em 6 de Março de 1918, de tuberculose pulmonar sendo sepultado no cemitério, coval nº19 - 2ª. Fileira quadrado nº54.
Publicação do Ministério da Guerra – Relação dos Militares Portugueses sepultados nos Cemitérios de Richebourg l’Avoué, Boulogne s/Mer e Antuérpia – Lisboa, 1937
Isto é o que consta no seu Boletim do CEP, mas no livro de soldados sepultados em França onde se encontra o registo do Albino de Carvalho com nº de Ordem 274, soldado com a placa nº 62765, pertencente a unidade territorial do CEP Inf.3, data da morte 6/03/918, talhão D, fila 17, coval 6, isto para se evitarem algumas dúvidas.
Passados 6 meses do seu falecimento era dado conhecimento à sua mãe. Como o amigo leitor pode verificar através da correspondência enviada para o Regedor da Freguesia de Outeiro Seco.
“Ofº. Nº204
Serviço da República Portuguesa
Ao Cidadão Regedor da Freguesia
de Outeiro Seco
Queira dar conhecimento à família do soldado nº929,
Albino de Carvalho filho João de Carvalho e Maria
Silvana dessa freguesia, que o referido soldado faleceu
em França de tuberculose pulmonar.
Saúde e Fraternidade
Chaves 20 de Setembro de 1918
O Adm. do Concelho”
Já em Março de 1922 era enviado para o Regedor da Freguesia, um novo ofício.
“Ofº. Nº95
Serviço da República Portuguesa
Ao Cidadão Regedor da Freguesia
de Outeiro Seco
Queira V. Exª. Intimar a comparecer nesta Administração
No mais curto espaço de tempo possível, Maria Silvana
Residente nessa freguesia afim de assinar o impresso para
receber a quantia de 6$08, espólio do soldado que foi da
1ª. Companhia de Infantaria 10 – Albino de Carvalho
falecido em França.
Saúde e Fraternidade
Chaves 21 de Março de 1922
O Adm. do Concelho”
Caros amigos, assim, mais um combatente chega ao conhecimento dos outeiro secanos, mas por sorte ou mera coincidência, o Albino de Carvalho completa 100 anos do seu falecimento em 06/03/2018 ou seja, hoje, à data da nossa publicação. Talvez seja esta uma forma de lhe prestar uma singela homenagem.
João Jacinto
Consulta:
Livro batismos da freguesia de Outeiro Seco
Arquivo Militar
Livro de Sepultados em França
Expediente da Câmara Municipal de Chaves
Listagens de Genealogia
Informações orais
Pesquisa e textos remetidos pelo Sr. João Jacinto.
Panorâmica, desde o Sr. dos Desamparados ao castro de Sant'Ana
(Clicar na imagem para aumentar o tamanho)
Captadas dia 28022018
Porque Outeiro Seco não tem só esgotos e lixeiras despejados pela CMChaves com o apoio da Junta de Freguesia. De vezes em quando também temos neve enviada de forma igualitária pelo "São Pedro". Seria bom que a CMChaves e a Junta de Freguesia também dessem o exemplo e cuidassem do ambiente de forma igualitária e não fizessem de Outeiro Seco a lixeira do concelho.
A falta de respeito pelas populações é mais do que evidente. Mais de 4 meses após a tomada de posse, o novo executivo da CMChaves ainda não se pronunciou sobre esta situação. O cenário é o que se pode ver nas imagens. A obra que iniciou há quase um ano e que deveria ter sido concluída em Junho de 2017 continua por acabar.
Não há muito mais a dizer...
Ficam os contadores actualizados e as últimas imagens captadas dia 24022018:
Nº de dias de poluição (desde 20102007) = 3785 dias
Nº de dias de atraso da obra (desde Junho) = 273 dias
Para ver mais fotos de mais de 10 anos de poluição diária (desde 20 de Outubro de 2007) siga a ligação: http://outeiroseco-aqi.blogs.sapo.pt/tag/esgotos
castelo de monforte de rio livre
Águas Frias - Rio Livre - Tino
Rêverie Art - Fernando Ribeiro
Sítio das Ideias-Lamartine Dias
Andarilho de Andanhos-S. Silva
Asociación Cultural Os Tres Reinos
Amnistia Internacional - Chaves
Amnistia Internacional - Blogue
DIGIWOWO - Artigos Fotográficos
RuinArte - Gastão de Brito e Silva