“OUTONO”
É tempo de Outono.
As manhãs dos primeiros dias de Outubro já são frescas.
As mangas curtas deixaram de se ver.
Bem, mesmo com alguns pingos de chuva, e sem medo de espaçadas bátegas de água, algumas mulheres mais atrevidas, e confiantes nos seus encantos físicos, vestem-se como se ainda estivéssemos no pico do Verão.
A tristeza da chuva e do céu escuro fica assim aliviada nos olhos dos homens.
O vento pára e sopra ao deus-dará! Parece andar ao esconde-esconde connosco - é que tanto vem dali como daqui ou dacolá!
Às vezes ouve-se o estrondo de um trovão sem se ver o relâmpago.
A luz «vai abaixo», embora por alguns minutos.
Os alarmes da Farmácia, do Banco, da Óptica, do «Compro Ouro – cobrimos todas as ofertas”, da Loja do Yen Sung Tsé, das Clínicas e de outras Lojas prevenidas gritam numa aflição enorme, como se estivessem a ser assaltadas e vandalizadas todas ao mesmo tempo.
Falta a luz e todas fazem soar o sinal de alerta
Mas se é só uma a ser assaltada de verdade, todas as outras ficam caladinhas que nem um rato, e até parece, a gozar com o sofrimento da vizinha.
Alguns automobilistas procuram o prazer de passar com o carro sobre os charcos de água e vê-la a «esperrinhar» para os passeios, as montras das lojas, os carros estacionados ou para as calças e as saias dos transeuntes.
As valetas estão cheias de entulho e as «gateiras» entupidas.
Os condutores de motorizadas, agora poucos (o «pópó» está ao alcance do tilintar de um porta-moedas), blasfemam contra a chuva e contra os automobilistas.
Nos “Cafés”, já se consomem mais lenços e fala-se da «vacina da gripe».
Claro que o assunto do «penalty» roubado ao «benfas» e, ou, o «penalty» oferecidos aos «almeidas», ou «antes pelo contrário», permanece o tema de todas as conversas masculinas durante a semana. Aliás, até entra na moda da cortesia ocupando o lugar do «bom-dia» ou do «como estás?» e do «passou bem?».
Os painéis da campanha eleitoral estão desfeitos, rasgados ou caídos.
Nas Rotundas, nos Cruzamentos com semáforos ou sem semáforos e nas pontes começam a aparecer brigadas de bombeiros a impingir rifas de Natal aos condutores e passageiros de veículos ligeiros ou pesados.
A brigada da «Troika» cerca cada vez mais as fronteiras da independência, da liberdade e da democracia dos Portugueses. Chama ao seu ataque «resgate».
Mas nós é que nunca mais nos vemos livres, resgatados, das manápulas de hipócritas, vigaristas e traidores com o «sul» assente nos cadeirões de Belém, S. Bento, Bruxelas e de Câmaras Municipais!
E cada vez que o “fanfarrão de Massamá” ou «o Pelintra de Boliqueime » falam em resgate mais apertadas ficam as algemas e as correntes que agrilhoam a vida dos Portugueses.
Apesar de tantos santos e santas e de tantas visitas papais, o «altar do mundo» continua sem a celebração de um milagre - nem que fosse o de mandar para o inferno a cambada de «filhos da P***a» que continuam a desgraçar as Primaveras e os Outonos das nossas vidas!
M., 03 de Outubro de 2013
Luís Fernandes
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