“CREDO EM CRUZ!”
Novembro ainda não findara.
Estava um dia de sol de Outono com um frio gelado de Inverno.
O conforto do astro-rei era uma tentação, fazia-nos sair à rua para o apanhar.
Logo nos colhe de surpresa a traição do vento norte, que, mesmo fraco, nos gela as mãos e a cara, e nos põe lágrimas nos olhos.
Cem passos dados pelo passeio, e chegaram para obedecermos à intimação do frio e regressar a dentre – paredes.
A meia volta deu-nos um susto. O vulto que se cruzou connosco nem soubemos se era corpo ou sombra.
O nosso passo de volta cruzou-se com o seu passo de ida.
Só foi tempo de lhe apanharmos o rosto.
Voltámos a cabeça. O cabelo, o corpo e o andar eram o dela.
O espanto tolheu-nos o passo. Ficámos parado a vê-la afastar-se.
Credo em cruz!
Desapareceu na esquina da rua com o mesmo perfil e aprumo com que se cruzou connosco.
Nem um leve voltar de cabeça; nem um gesto mais amplo de um braço, nem um passo mais largo, ou estreito ou menos acertado, a dar sinal de nos ter reconhecido.
O sol pareceu rir-se de nós, e o frio ficou mais gelado!
Chega de recordação! Chega de saudades!
Memória, por que não te apagas?!
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