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Quarta-feira, 25 de Agosto de 2010

Desmentido - Apoio à AMA

Às vezes cometemos erros por mero acaso, outras, como foi o caso, por acreditarmos de boa fé que podemos confiar nas pessoas. E é exactamente aí que eu já podia ter aprendido umas coisas, mas infelizmente não.

 

Em 13/05/2010, publiquei um texto ao qual dei o título de "Altares Vazios...". Julgo que é mais do que evidente, resumindo de uma "penada" o conteúdo desse mesmo texto, que como todos, creio eu, teve os seus apoiantes, críticos e neste caso, outros ainda que pelo menos a mim não tiveram coragem de me dizer nada, pelo menos pela frente e, o mais certo é nem terem lido o texto, mas adianto.

 

Da tiragem de 100 exemplares, 60 foram doados à AMA - Associação Mãos Amigas, mas dada a situação de incerteza quanto ao futuro desta, os textos ficaram a aguardar pela marcação de uma Assembleia-Geral extraordinária.

 

Entretanto, enquanto se aguardava a marcação da dita Assembleia foram oferecidos em troca de donativos 10 exemplares por mim, restando apenas 50. 

 

A Assembleia-Geral foi finalmente marcada, vindo a realizar-se no dia 17/07/2010, pelas 20.00 horas, decidindo manter-se em actividade e dando-me indicações de que o texto iria ser disponibilizado ao público dentro do horário e funcionamento da AMA.

 

Posto isto, utilizei este blogue para divulgar esse feito, no sentido de angariar os donativos para a AMA, o que fiz  04/08/2010, tendo agradecido às pessoas que na altura julguei estarem a ajudar-me, utilizando o seguinte texto:

 

"Quero agradecer à Leonor e ao Justino Chaves, bem como ao Flávio Félix, por terem tido a amabilidade de permitirem expor um exemplar nos seus estabelecimentos comerciais (mini-mercado e cafés, respectivamente) e, também ao Carlos Xavier, na qualidade de Presidente da Junta de Freguesia por facilitar a exibição de outro exemplar no placard junto à Igreja de São Miguel."

 

Pois bem, hoje, depois de várias tentativas e de ver outras pessoas que me são próximas envolvidas negativamente e de haver pessoas que estão a bloquear deliberadamente a entrada de verbas para a AMA como se esta estivesse muito abonada de dinheiro.

(Note-se que os textos que foram doados representam no mínimo 300 euros, apenas 75 euros menos que as receitas do livro "No Outeiro das lembranças". Mas disto falarei outro dia, porque ainda aguardo uma resposta, que espero que seja breve, a um email que enviei ao Altino).

 

Sendo assim e antes de reformular o texto dos agradecimentos e de informar as pessoas interessadas deste blogue onde podem dirigir-se, quero "refrescar" as memórias de outras (pessoas) que julgam que ainda estamos no tempo da inquisição ou da censura, em que era necessário pedir autorização ao Bispo de Braga para escrever fosse o que fosse.

Poderia apresentar exemplos com datas anteriores, mas isso obrigaria a colocar aqui várias páginas de autorizações, que incluiam até as baratas e as ratazanas que surrateiramente rastejavam aos pés dos amos das casas.

 

 

(Portugal) Em 1762 era assim (Exemplo):

 

 

 

(Portugal) Em 1970 ainda era assim (Exemplo):

 

 

 

(Outeiro Seco - Portugal) Em 2010 é assim (Não é exemplo, é único nos dias que correm, pelo que passo a transcrever exactamente como me foi enviado):

 

"Quanto a afixação do teu livro ninguem impediu, só achamos que deveria ser a AMA a dizer qualquer coisa já que vai ser a propria a receber estes donativos, por aquilo que se comenta é que a AMA não concordou com este titulo que deste ao livro, e que não estariam de acordo em vender este livro, logo não se pode afixar uma coisa a dizer que é para ajudar a AMA se eles não querem este livro, tambem pergunto se o Padre já tem conhecimento mais a comissão fabriqueira, penso que este teu livro tb lhes diz respeito.

Atentamente,..."
Junta de Freguesia de Outeiro Seco

 

Nota: Tomei a liberdade de eliminar o nome do signatário e de sublinhar as partes mais "sensíveis" para alguns leitores, embora todo o parágrafo não tenha desperdício. Informo também que a resposta só me foi remetida ao fim de uma meia dúzia de emails e estes, ao fim de ter entregue pessoalmente à esposa do Carlos um exemplar do texto para ser afixado.

 

Ou seja, se eu bem percebi e, tal como lhes respondi e se necessário for, também posso publicar a versão integral da resposta, para escrever o que escrevi e, "...por aquilo que se comenta...", deveria ter pedido autorização ao Padre, "mais" à Comissão da Fábrica da Igreja (que para mim não existe, nem tem poder "legal" - isto se mesmo constituída o tem - uma vez que é constituída por um elemento que não se pode auto-fiscalizar) e à AMA (pelo menos).

E quando eu pensava que o problema estava no conteúdo, ou seja, no próprio texto, não!!! Também "...por aquilo que se comenta...", a AMA não concordou com o título que eu dei ao texto.

Esta é boa e, tal como lhes respondi também, eu teria alterado o título para  "Altares da Igreja de São Miguel cheios com as Santas das restantes Capelas que têm os Altares Vazios", imprimia outras capas e problema resolvido e, se calhar já era um "best seller" tipo "Harry Potter". Isto até poderia ser considerado como danos por perdas futuras, quer em relação ao meu futuro como novelista, quer às receitas que a AMA já poderia ter obtido. Mas depois o que fariam com tanto dinheiro? Se já criam problemas para quem quer doar 300 euros, imagino se algum benfeitor/filantropo chegasse aí com um cheque com demasiados zeros, estou certo que o devolveriam por dificuldade de interpretação.

 

Muito bem, para que conste, então já ficam a saber que o Carlos Xavier a quem agradeci antecipadamente, julgando-o no mínimo isento, não afixou um simples exemplar de um texto que visa obter receitas para a AMA, pelo que como é evidente não tenho nada que agradecer e compete-me desmentir o que escrevi anteriormente, o que sinceramente lamento, uma vez não fazia essa ideia dele e continuo a não fazer, pelo que a seguir refiro.

Embora no email que me enviaram da Junta indiquem que ninguém os impediu, eu, pessoalmente, não acredito que nenhum deles tivesse a infeliz ideia e a coragem de não afixar o exemplar do texto, quando afixam qualquer "papel" que lhes seja enviado seja de onde for, uma vez que a quem compete decidir é a quem vai ou não dar os donativos e a quem tem ou não interesse em ler ou até em retirar do mercado todos os exemplares para os fazer desaparecer e não decidir as coisas por aquilo que se consta.

Mais, os "placards" são espaços de afixação públicos e, pagos pelo erário público, não são da Junta, do Padre e muito menos da Comissão da Fábrica da Igreja ou de qualquer outra pessoa particular, pelo que a responsabilidade da capa e do título que tanto vos incomoda é da minha responsabilidade. Ainda hoje estavam documentos afixados que nada têm a ver com a nossa Aldeia e sem qualquer interesse mas lá estavam resguardados do vento, da chuva e do gelo, enquanto que o meu (da AMA) teve de ficar fora ao sol.

 

Agora sim, agradeço à Leonor e ao Justino do Café e Mini-Mercado O Sapo, quer pelos exemplares que já distribuiu, quer por se ter disponibilizado de imediato para aceitar uma nova remessa de 20 exemplares, que já estão disponíveis para oferta, mediante um donativo simbólico de 5 euros.

 

Agradeço também à Isabel e ao Jacinto do Restaurante Santa Ana que também de imediato se disponibilizaram para ficar com os restantes 20 exemplares para aí distribuírem e, que já estão disponíveis para oferta, mediante um donativo simbólico de 5 euros.

 

E, também ao Flávio Félix, da Taberna Bar, que desde o primeiro momento teve a amabilidade de permitir expor no seu estabelecimento um exemplar para que quem queira possa consultá-lo e no caso de lhe interessar poder obtê-lo.

A todos, muito obrigado.

 

 

Quem sabe se num novo exemplar, já que este está visado pela censura e inquisidores da nossa Aldeia. Mas para isso terei de esperar que o Padre e outra pessoa que não cheguei a saber quem é, me autorizem a tirar fotografias no interior das Igrejas. Proibição esta que já vi que não é para todos, pois no recente livro há fotos tanto do interior da Igreja de Nossa Senhora da Azinheira, como da Igreja de São Miguel e ainda por cima dos paramentos...pelos vistos, "a permissa igual, direitos diferentes". Era um ditado antigo, utilizado pelos Padres para estruturarem e fazerem a destrinsa entre classes sociais, acabou por cair em desuso, mas agora volta a estar em voga com o novo elitismo ressurgido.

 

Resta-me dizer que os exemplares do texto foram retirados da Sede da AMA - Associação Mãos Amigas, por minha insistência, para não criar problemas a pessoas que lá estão para levar em diante o objectivo a que se propuseram desde o início e que fizeram um esforço enorme para se manterem e continuar de portas abertas, mesmo sabendo que o futuro lhes reserva poucas esperanças.

Refiro especialmente ao meu Tio Manuel Ferrador e a outras pessoas que, por diversos meios me fizeram chegar o seu apoio. Quanto aos restantes, que "...por aquilo que se comenta...", se veêm incomodados com o título do texto, já estou a preparar uma nova capa que dentro de uns minutos, ou horas estará aqui disponível. Quanto mais demorar maior será o número de visitas.

 

Mais, quando algum destes últimos tiver alguma coisa a dizer-me, que respire fundo duas ou três vezes, ou, aquelas que achar necessárias e me diga o que tem a dizer a mim e não ao meu Tio. Eu posso não ver o suficiente, mas ainda consigo ouvir murmúrios a uma distância considerável. 

O meu Tio limita-se a fazer o trabalho dele e fá-lo muito bem.

Até já com a capa renovada.

 

Cá está ela renovada, aprovada, visada pela inquisição, censura e demais preceitos legais impostos nesta Aldeia. Sorte teve o Sr. Herculano Pombo que, com todo o respeito, acertou à primeira.

 

 

Publicado por Humberto Ferreira às 00:02

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12 comentários:
De Nuno Santos a 26 de Agosto de 2010 às 07:59
Olá amigos,
Fazendo uma interpretação livre dos comentários do Berto e do João Jacinto, parece estarmos perante a saga do D. Quixote de La Mancha, a lutar contra os terríveis gigantes, e que afinal não passavam de meros e inofensivos moinhos.
Também eu vivi no tempo da PIDE. Em Fevereiro de 1974, precisamente na rua António Maria Cardoso, junto à sua sede, que eu um recém chegado à capital desconhecia ser ali, estive em vias de ser preso, apenas por querer ouvir cantar o Zeca Afonso no Teatro S. Luís. Valeu-me a destreza dos meus 19 anos para não ser preso, mas fiquei sem o dinheiro do bilhete. Ora comparar esses tempos, com os de agora, é no mínimo abusivo, para não dizer ofensivo.
Quanto ao lançamento do livro “No Outeiro das Lembranças” só não esteve presente no evento quem não quis. Para lá dos convites pessoais, foi feito o convite à população em geral, e em alguns casos, como o do Sr. Zé do Forno, houve até o meu envolvimento pessoal. O Sr. José declinou por razões que eu entendi. Pelos vistos o nosso amigo João Jacinto não esteve presente, ou porque não valoriza o que não é feito apenas por ele, porque este livro foi um projecto colectivo, ou porque não gosta de misturas. Estiveram presentes pessoas de todos os níveis, quer etários quer sociais.
Quanto ao Blog Outeiro Seco Aqui, continuarei a ser seu leitor e a comentar quando achar oportuno, mas com o meu nome de baptismo, porque pugno pela verdade e pela transparência, e não preciso de me esconder atrás de qualquer capa para expor as minhas opiniões e ideias.
Um abraço,
Nuno Santos
De Humberto Ferreira a 26 de Agosto de 2010 às 08:40
Bom dia Nuno,
Quero como sempre agradecer os teus oportunos comentários, mas também corrigir uma coisa, começando pelo fim: o blogue não se chama Outeiro Seco Aqui, mas sim Outeiro Seco - AQI .

Depois, quanto aos anonimatos, julgo estarmos conversados com a minha opinião que diversas vezes defendi e, sendo este o meu blogue pode participar quem quiser, desde que não faça o mesmo que entrou aqui com o pseudónimo de "Olho de Lince" e, nesses casos, tratarei das situações uma a uma como bem entender. O Sr. João Jacinto já demonstrou ser mais amigo desta aldeia do que muitos que se identificam com o seu nome de baptismo e mantém-se mais actualizado, mesmo estando onde está, do que os seus próprios residentes.

"Abusivo" e "ofensivo" não é comparar os tempos da PIDE com os de agora, mas sim pô-los em prática, aí sim, não é necessário estar quase em vias de ser preso, é prender a liberdade de pensamento e expressão (porque achais tudo "ofensivo"), como fizestes com o meu texto ou como estás, neste caso em particular, a valorizar a presença ou não do Sr. João Jacinto ou a sua identificação ou anonimato.

Quanto ao Sr. Zé do Forno, toda a gente sabe porque não veio, porque eu também falei com ele e, falo à vontade porque as razões são idênticas às minhas. Se pouco vemos durante o dia, àquela hora da noite, andamos lá a apalpar o quê. A mim vale-me um sistema que adaptei ao meu carro que tem uma bengala branca e vermelha à frente (por causa dos moinhos).

E, para finalizar, fazendo essa mesma interpretação livre dos teus comentários "perante a saga do D. Quixote de la Mancha, a lutar contra os terríveis gigantes, e que afinal não passavam de meros e inofensivos moinhos", suponho que te referes a tu seres um desses inofensivos moinhos.
Um abraço e que tenhas um bom dia,
Berto

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