“A revolta é a nobreza do escravo”
Hoje sinto-me triste.
Querem dar cabo da Minha Terra!
Por este andar, não falta muito para que fique transformada numa província de ruínas.
Fecharam-lhe as Repartições de Serviços Públicos; Hospitais, Creches e Maternidades; estrangulam-lhe as actividades empresariais; complicam, até ao desespero, a vida dos emigrantes, que, saudosos, nela querem investir.
Fecham Escolas a torto e a direito!
Para mais e melhor favorecerem interesses estranhos e estrangeiros, cortam-na com duas Auto-estradas, que deixam de lado e fora de vista e de paragem a tantos que a podiam visitar, conhecer, apoiar e amar.
Trás-os-Montes sempre foi uma Província de Fronteira.
E continua usada, e gozada, como instrumento táctico na guerra de interesses sujos, baixos e anti-patrióticos.
Aos novos e aos “velhos” campos de concentração opõe-se hoje por contradição e vis conveniências um novo tipo de campo - o campo de desconcentração….
Atol de experiência, escolhida foi a NOSSA TERRA TRANSMONTANA!
Esta cambada de neo - estafadores políticos quer ter o rebanho à vista, à roda de si, a jeito do pontapé ou da bordoada, a jeito de chupar a teta, ou da tosquia; e, vai daí, empurra-o para dentro dos redis, a que chama ´«áreas metropolitanas»
Que lindo vai ficar o nosso País!
Que triste vai ficar A NOSSA TERRA!!!
“A revolta é a nobreza do escravo”
M., 7-9-08
Luís Henrique Fernandes
“CHAVES COMODISTA”
A cidade é comodista.
Para poder contemplar a beleza da sua serra do BRUNHEIRO, ou regalar-se quando o Sol começa a espreitar de manhã cedo pelas ameias do CASTELO DE MONFORTE, cruza a perna sobre o rio e sabe escolher para rico descanso da sua cabeça aquela fofa almofada que é o território geográfico da FREGUESIA DE VALDANTA.
Depois têm-na a embalar-lhe o pensamento a poesia dos Blogues, trinada pelos rouxinóis da GRANGINHA e pelos refrãos dos B(o)leros de VALDANTA.
Amorrinhada com os mimos das suas gentes estica o braço até CASTELÕES, apanhando uma rodela de linguiça.
Refastelada, estica uma perna marota até SEGIREI puxando uma deliciosa alheira com o sorrateiro dedo grande do pé.
Faz que ressona (ó Ramon, já dormes?...) e vira-se para MOREIRAS, fisgando um olhar para os condados de NOGUEIRA DA MONTANHA, a ver onde pode deitar a fateixa a um salpicãozito.
Espreguiça-se, fazendo há-de conta que está a sonhar, para pegar num caneco de jeropiga das Terras de OURA, e surripiar uma canada do “Branco de ANELHE”.
Faz que acorda estremunhada, e logo reclama um “trigo de quatro cantos” de FAIÕES para acompanhar aquela pobre nesga de presuntito de SOUTELINHO, regadito com um com copo de tinto de AGRELA, a dobrar ou a triplicar, vertido de um pichorro enchido do pipote de estimação.
Cobra a décima de uma volta mirolhadora pelo Arrabalde, rua Direita subida, “Jardim do Bacalhau” espreitado, e passa pela “Pedreira do Baptista” olhando de esguelha para o “SPORT”, a catalogar os crónicos e os basbaques do costume e a tentar descortinar algum conhecido com quem meter laracha.
Arrebunha-se nos silvedos que cobrem o CASTRO DE CURALHA, a relíquia de “OUTEIRO MACHADO” e os moinhos do “Ribeiro de Avelãs”.
Distraída com as lengas-lengas impostoras de uns “carteiristas-ditos-políticos”, deixa-se açambarcar e rapinar por gosmistas de seu sangue e gananciosos estrangeiros.
Em nome de um capricho idiota de vínculo «partidarítico», de uma fé falsa em verdadeiras mentiras, até à falsa fé consente ser tratada.
Chaves é uma cidade lenta, atrasada.
Tem suportado, ao longo dos anos, com demasiado servilismo em nome de uma irracional ou irreflectida fé partidária emparelhada com a fé religiosa, de tal maneira que até as confunde, os suplícios consequentes das catadupas de asneiras, disparates, caprichos e golpadas com que os seus administradores a tratam.
Sem estrategista lúcido e conselheiros sensatos, tem estado entregue a um destino de «ao deus dará»!
Os que nos últimos decénios a têm governado têm-se apoiado e servido do cargo para serem venerados, pois pelo carácter e virtudes sabiam-se e sabem-se ignorados. Pequenos de alma e de mérito, incham-se no prazer pantomineiro de políticos de «trazer por casa» alimentando-se de estratagemas - estes maioritariamente menos dignos e honrados. Buscam a afirmação pessoal… e não pelo exercício legítimo das suas qualidades e competências…
A cidade é comodista.
Por aí triunfam os velhacos e prosperam os oportunistas.
Por isso nela medra gente tão reles!
CHAVES! Comodista!
COMO DISTA de um rico Passado histórico e de um Futuro brilhante!
Luís Henrique Fernandes
“Antes CALÃO que saxão!”
Hoje deparei-me com uma «recomendação» no “Facebook”:
- «Eimilho Pica 5225 MIRANDÊS FOR KIDS».
Que «chiquérrimo»: "MIRANDÊSFOR KIDS"!
Ao “Eimilho Pica 5225” só lhe falta ter acrescentado “Billy”!
Fazer figura de parvo parece continuar a ser abundante fonte de rendimento a muitos portugueses …de nome, que, de LÍNGUA são bastardos anglicanos!
Para as (NOSSAS) Crianças, este «byllizinho» e outros «byllizinhos» não estão interessados em «ensinar» o “Mirandês”, e, muito menos, o “PORTUGUÊS”!
Desperdiçar a riqueza da NOSSA LÍNGUA deveria dar prisão perpétua e ….«laqueamento» do gasganete aos perdulários!
Com franqueza! Detesto esta «pirosice», estes besuntados tiques «intelectualóides» de «armar aos cágados» misturando, a torto e a direito, por tudo e por nada, e por dá cá aquela palha, o PORTUGUÊS com umas palavritas l(ond)atrinas!
A LÍNGUA PORTUGUESA tem MAJESTADE que chegue para não se submeter a qualquer paladar linguístico e, muito menos, a servilismos babosos, nojentos e pantomineiros de oportunistas, impostores, e incompetentes que tentam disfarçar o sua cretinice ou mediocridade com o recurso a uns apartes pretensamente coloridos e soberbos!
Como se não bastasse a caterva de tiques e disparates (erros e «calinadas») que se tem de aturar a toda a hora e momento na Rádio, na Televisão, nos Jornais, nos cartazes publicitários, nos panfletos de propaganda e de publicidade, nos discursos, nas conversas em qualquer Repartição, Café ou oficina, no comboio e nas «caminetes»; e até nas páginas dos diversos «livros» (ou «revistas») dos computadores!
Até já vi um papelucho colado numa montra a dizer:
- “Explicações de Português”- LOW COST!
‘Inda por cima, aparecem uns censores de Blogues, com inflamada indignação, a ameaçar de morte os Bloguistas que usem, ou consintam, nos seus Post(ai)s («Discursos», Crónicas, versos ou simples notícias) linguagem dita grosseira, quando o autor apenas pretende reproduzir uma fala, dar ênfase ao sentido do texto ou acentuar a verdade de um episódio!
Antes calão que saxão!
M., 26 de Janeiro de 2014
Luís Henrique Fernandes
“Ó meus amigos, não há nenhum amigo!”
Um passarito, bem alimentado pelos seus pais, medrava no ninho.
As plumitas cresciam-lhe a olhos vistos.
Olhou-se ao espelho e julgou-se já crescido para realizar altos voos.
Chegou-se à beira do ninho, espreitou para cima e para baixo, esticou as asas - que lhe pareceram tão grandes - e, resolutamente, decidiu lançar-se em voo.
Não foi longe.
O saltito voador foi curto.
Caiu num quinteiro, mesmo por debaixo do negrilho onde havia sido o seu lar.
O estrume amorteceu a queda.
Ao lado, uma pachorrenta vaca ruminava uma gabela de erva.
Com a coalheira já empertigada, a vaca concedeu-se um alívio.
Calhou uma bosta cair em cima do passarinho.
Tristonho e aflito começou a piar com mais sonoridade.
O gato do vizinho do dono da vaca andava ali por perto.
Ouviu os pios e procurou interpretar o “Efeito de Doppler” - desviou a sua busca para o pio.
Topou o passarito. Lambeu os beiços e limpou a bosta ao ensopado alado.
Assim prontinho, que boa merenda consolou o gato do vizinho do dono da vaca!
Moral da história:
1- Aquele que caga em ti nem sempre é teu inimigo
2- Aquele que te tira da merda nem sempre é teu amigo.
3- Quando estiveres com a merda até ao pescoço, o melhor que podes fazer é manter a boca fechada.
Há que saber avaliar a verdadeira amizade, já que esta nunca te fará dano.
Luís Henrique Fernandes
(adaptado)
«MERCADOreS»
Não me conformo em ser somente testemunha do mundo.
Não me limito a estar entre os ricos, entre os pobres, entre os trabalhadores, entre guerreiros.
A nossa Democracia, dirigida por gentalha de ruim quilate, tem seguido na transformação para um regime político do imperialismo contemporâneo.
As Democracias europeias estão cada vez mais em «guerra contra os pobres», em vez de estarem em «guerra contra a pobreza».
Continuadamente, os actuais governantes, e os meios de informação que mais prestáveis lhes são, repetem-nos notícias onde o sujeito ou o predicado são os «Mercados».
Querem, «custe o que custar», conduzir-nos a uma situação económica submetida e submissa à grande Finança, aos «Mercados»!
Falam-nos da «Crise» como de uma inevitabilidade, cujo fim nunca se vislumbra.
Os mais resignados, ou, provavelmente, os mais farsolas, arengam-nos com:
-“É o país que temos»!
Mas não é o País que queremos e merecemos ter!
Não me venham com a conversa de que as coisas podiam ser muito piores.
Não nos basta estar em Democracia!
Esses farsantes e paus mandados às ordens dos «senhores dos Mercados» têm passado a vida a tentar convencer-nos de que viver em Democracia é já andar com muita sorte!
Este capitalismo financeiro - dos «Mercados» - não é inevitável, apesar das tragedias e catástrofes que provoca. Cresce e avança porque o «Zé Pagode» se limita à resignação.
Em 25 de Abril gritámos e vivemos Liberdade.
Hoje estamos caídos na condição de escravos do capital.
O Homem não é um ser exclusivamente económico.
De governantes temos ido de mal a pior!
Os actuais resolveram, como autênticos mandaretes dos «amos do mundo», tratar os Portugueses, sem mais nem porquê, como instrumentos de estatística, de acordo com as suas capciosas «engenharias financeiras», cujos cálculos finais resultem sempre em lucros gananciosos.
Tratantes, agarram-se afincadamente ao conceito maquiavélico de política - luta pela conquista e conservação do poder. Nem sequer de Platão se lembram (nem querem lembrar-se!) quando ele nos ensina que a política «é a busca de um bom governo».
Há a recordar-lhes que nem todas as questões políticas são questões de poder.
Os nossos governantes falam-nos com abstracções.
Agora a moda, insistente, é a dos “Mercados” pràqui, «Mercados» pràli.
O medo aos «Mercados» é o disfarce com que escondem a carta do poder a que nos mantem submetidos
Mas a contestação tem vindo a crescer de mansinho. De mudança, por enquanto, sopra somente uma brisa leve.
Contudo, já vai sendo suficiente pra causar algum tremor e temor a esses «barnabés» arrogantes e fanfarrões.
Acrescentam ao palavreado o parágrafo do «plano para o Crescimento da Economia e do Combate ao Desemprego».
Mas como não têm Plano nenhum, para esse efeito, logo se descaem e proclamam que o “DESEMPREGO” até uma Grande Oportunidade de Vida, e a realização pessoal e profissional está garantida para lá das nossas fronteiras!
Ponham-se ao largo! - gritam-nos os beatos de S. Bento e de Belém.
Talvez quem tenha de dar às de vila-Diogo, «rápido e depressa», sejam estes vendilhões do templo.
Até parece que não têm Mãe nem Pátria!
“MERCADORES DE MERDA”!
Luís Henrique Fernandes
“Jus talionis!”
Francamente!
Este Governo e, especialmente, este Primeiro-Ministro já ultrapassaram o nível da nossa paciência!
Que grandes trampolineiros nos saíram das últimas eleições!
Vamos de mal a pior!
Cá está chapado, chapadinho, em como o Voto é «um simulacro, mais que um acto de exercício de um direito político».
Este Governo, nem de longe nem de perto, representa quem os elegeu, quanto mais os cidadãos Portugueses!
Pindérico, o «Fanfarrão de Massamá», arrima-se umas poses à Clooney, mas não consegue mais do que fazer a triste figura de um “Barnabé” dos “Senhores dos Mercados”.
Peão de brega do capitalismo selvagem, teima em fazer do Povo Português o seu «pião das nicas».
Imitador barato de pitonisas, encomenda umas «tiradas bombásticas», insultuosas e ofensivas, para se dar ares de compositor metafórico e de presumido filósofo da politicalheira.
Cheio de desfaçatez, todo empertigado por ter engrampado uma enorme quantidade de eleitores, mal se apanha no palanque de S. Bento ri-se de quem lhe caiu na esparrela e mete-lhe uma facada nas costas!
Trata os desiludidos e os indignados como «piegas» - olhai-me o valentão!
Qual torcionário torquemadelho, faz camas aos Portuguesas mais duras do que o «Berço de Judas».
Coelhito cheio de ronha, o «Fanfarrão de Massamá» utiliza «Garras de Gato» para arrebunhar as costas de quem tem que carregar com as suas deslealdades e, sabe-se lá, que caterva de frustrações e complexos!
Parasita, habituado aos «tachos», sem saber o que significa «desemprego», com o ar mais safado do mundo vem dizer e insistir que «o Desemprego é uma oportunidade»!
Pois é! Foi por estar no Desemprego que teve as oportunidades de se alimentar toda a vida a «sumos de laranja»!
«Custe o que custar» há-de chegar a hora de levar um pontapé no cu e deixar de fazer a vida negra aos Portugueses!
Hoje, já sabemos que o que nos espera deste Governo é doloroso. Mas aquilo que ele nos faz é vergonhoso!
Jus talionis!
Luís Henrique Fernandes
“1 DE JANEIRO DE 2014”
O século XXI já vai entrado.
Quantos de nós aprenderam o rifão: «aos mil chegarás, dos dois mil não passarás!» e no ano Um deste século se espantaram com o falhanço da profecia!
E no 31 de Dezembro de cada ano renovam-se as esperanças perdidas, queimadas pelas tiranias de uns, pelas traições de outros; pelas vontades de Deus, pelas tentações do diabo, pelo bem que se fez e pelo mal que se recebeu!
Para os que nasceram com o credo num «Mundo Melhor», a ilusão continua a ser o «pão-nosso-de-cada-dia»!
Os sumo-sacerdotes da mentira, da hipocrisia, da infâmia, da corrupção, do roubo, da malvadez exibem-se no Fim do Ano declamando, com a solenidade de cínico carrasco gulosamente pronto a soltar a guilhotina, votos de todas as felicidades ao Povo que fazem infeliz.
A vida, já por si tão difícil - à nascença condenada a ser vivida com «…o suor do teu rosto» - ficará mais custosa, mais amarga e mais triste com o decreto de mais impostos, com o aumento dos preços dos bens , com a míngua dos rendimentos, , com a maior injustiça da justiça, com o aumento da tristeza, da angústia e das ameaças de maiores incertezas pelo dia de amanhã.
Dia 1 de Janeiro é considerado “Dia Mundial da Paz”!
Toda a gente se prepara para a guerra!
M., 1 de Janeiro de 2014
Luís Henrique Fernandes
“OUTONO”
É tempo de Outono.
As manhãs dos primeiros dias de Outubro já são frescas.
As mangas curtas deixaram de se ver.
Bem, mesmo com alguns pingos de chuva, e sem medo de espaçadas bátegas de água, algumas mulheres mais atrevidas, e confiantes nos seus encantos físicos, vestem-se como se ainda estivéssemos no pico do Verão.
A tristeza da chuva e do céu escuro fica assim aliviada nos olhos dos homens.
O vento pára e sopra ao deus-dará! Parece andar ao esconde-esconde connosco - é que tanto vem dali como daqui ou dacolá!
Às vezes ouve-se o estrondo de um trovão sem se ver o relâmpago.
A luz «vai abaixo», embora por alguns minutos.
Os alarmes da Farmácia, do Banco, da Óptica, do «Compro Ouro – cobrimos todas as ofertas”, da Loja do Yen Sung Tsé, das Clínicas e de outras Lojas prevenidas gritam numa aflição enorme, como se estivessem a ser assaltadas e vandalizadas todas ao mesmo tempo.
Falta a luz e todas fazem soar o sinal de alerta
Mas se é só uma a ser assaltada de verdade, todas as outras ficam caladinhas que nem um rato, e até parece, a gozar com o sofrimento da vizinha.
Alguns automobilistas procuram o prazer de passar com o carro sobre os charcos de água e vê-la a «esperrinhar» para os passeios, as montras das lojas, os carros estacionados ou para as calças e as saias dos transeuntes.
As valetas estão cheias de entulho e as «gateiras» entupidas.
Os condutores de motorizadas, agora poucos (o «pópó» está ao alcance do tilintar de um porta-moedas), blasfemam contra a chuva e contra os automobilistas.
Nos “Cafés”, já se consomem mais lenços e fala-se da «vacina da gripe».
Claro que o assunto do «penalty» roubado ao «benfas» e, ou, o «penalty» oferecidos aos «almeidas», ou «antes pelo contrário», permanece o tema de todas as conversas masculinas durante a semana. Aliás, até entra na moda da cortesia ocupando o lugar do «bom-dia» ou do «como estás?» e do «passou bem?».
Os painéis da campanha eleitoral estão desfeitos, rasgados ou caídos.
Nas Rotundas, nos Cruzamentos com semáforos ou sem semáforos e nas pontes começam a aparecer brigadas de bombeiros a impingir rifas de Natal aos condutores e passageiros de veículos ligeiros ou pesados.
A brigada da «Troika» cerca cada vez mais as fronteiras da independência, da liberdade e da democracia dos Portugueses. Chama ao seu ataque «resgate».
Mas nós é que nunca mais nos vemos livres, resgatados, das manápulas de hipócritas, vigaristas e traidores com o «sul» assente nos cadeirões de Belém, S. Bento, Bruxelas e de Câmaras Municipais!
E cada vez que o “fanfarrão de Massamá” ou «o Pelintra de Boliqueime » falam em resgate mais apertadas ficam as algemas e as correntes que agrilhoam a vida dos Portugueses.
Apesar de tantos santos e santas e de tantas visitas papais, o «altar do mundo» continua sem a celebração de um milagre - nem que fosse o de mandar para o inferno a cambada de «filhos da P***a» que continuam a desgraçar as Primaveras e os Outonos das nossas vidas!
M., 03 de Outubro de 2013
Luís Fernandes
“PARTIDOS POLÍTICOS”
reflexão
Todos os povos (pessoas) gostam de sonhar.
Porém, também chega um momento em que já não querem que se lhes contem mais histórias e começam a exigir factos, resultados e testemunhos.
Em Portugal, a mudança de regime, da Ditadura (salazarenta) para uma Democracia (enfezada), está a passar, como que por brasas, do pluripartidismo multicolorido ao bipartidismo de tom bege (tom de carame(erda)lo langonha), ou cinzento, ou, mais (des)acertadamente, alaranjado , onde o tom de cor-de-laranja se parece com o de cor-de-rosa pálido e o cor-de-rosa «foge» para o cor-de-laranja-vivo, a disfarçar um partidismo único, em que o poder do Governo e o da Oposição se compensam e equivalem por trás da cortina
O declínio moral e social dos Partidos parece querer dizer-nos que estão de regresso às suas características embrionárias: puras facções em luta pelo poder, sem qualquer preocupação como bem comum.
Os principais Partidos políticos estão muito mais preocupados e empenhados no fortalecimento do seu vínculo com o Estado do que com a Sociedade Civil!
Os Partidos políticos fazem mais o papel de Mediadores (aliás, muito fracos) entre esta e aquele, entre a Sociedade Civil e o Estado, do que o papel de representantes.
Por este andar, pouco falta para que seja o Estado a ser o intermediário entre os Partidos e os Cidadãos!
Os Partidos não podem (não devem), quanto a nós, esquecer os seus fins originários. Aqui, neles, está uma insubstituível legitimidade.
Cartoon de Pawla Kuczynskiego – Cartunista polaca
Nem o PS nem o PSD actuais, para referir «os de sempre» nas cadeiras da Governação, têm manifestado clareza e franqueza na expressão da ideologia em que foram criados.
As acções políticas de cada um deles pouco ou nada se têm parecido com os seus princípios fundadores.
E em todos os Partidos, talvez por efeito de contágio, e de “transmigrações infecciosas”, se nota uma crescente (e lamentável) perda daquele élan com que se apresentaram aos Portugueses na aurora de um 25 A colorido com tantas esperanças - o seu contributo para uma Democracia consolidada e garantia da soberania nacional.
Há que lembra-lhes a importância que lhes cabe na expressão da vida democrática da Nação.
Não podem, não devem, conformar-se aos grupos (ou grupinhos) de interesses nucleares - os interesses nacionais merecem-lhes e exigem-lhes a primazia em relação aos interesses particulares legítimos.
Estes Partidos, PS e PSD, cada vez mais se afastam da sua responsabilidade democrática.
Transformaram-se em “Partidos de Barões”!
Ou de «Garotões”!!!
Instalaram-se e consolidaram-se com a adesão de fortes grupos de interesses egoístas e a ingenuidade de um Povo que se contenta com a festa das Eleições e o foguetório do voto!
É mais que notório que, no catecismo das obrigações partidárias, a observância das regras hierárquicas é o seu mandamento primeiro.
O PSD e o PS estão a deixar de ser verdadeiros Partidos para serem apenas umas Organizações.
Ambos estão a deixar de ser um meio para se obter um fim, transformando-se eles próprios num fim, com metas e interesses próprios, distinguindo-se do conjunto de cidadãos que, afinal, representam.
“E quem diz Organização diz Oligarquia. A Organização é a que dá origem ao domínio dos elegidos sobre os eleitores, dos mandatários sobre os mandantes, dos delegados sobre os delegantes”, ensina Michels.
Os Partidos, quanto à sua Direcção têm uma aparência democrática, porém, na realidade, oligárquica.
Os Partidos, quanto a nós deveriam representar os Votantes e não só os membros!
E a representatividade é perfeitamente concebível sem Partidos - veja-se, p. ex., o MAI – com Chaves no coração
Estes Partidos políticos, retrógrados e estáticos, conduzem os destinos do País para o abismo - ou para o «Tera do Nunca»!
Estes Partidos políticos mandaram às malvas a sua responsabilidade e o seu compromisso pelo interesse colectivo.
Há que lembra-lhes, e muito especialmente às alimárias que formam o Governo actual e ao farsola que tão afincadamente o agasalha, que a Democracia é a forma e o meio para a Liberdade e a Igualdade!
Há que lembra-lhes a ética e o compromisso da Responsabilidade!
Luís Henrique Fernandes
“A/GOSTO de CHAVES”
Chaves, 16 de Agosto de 2013.
Pelo Brunheiro abaixo desce um leve sopro de ar que, depois de atravessar o Tâmega, percorre as ruas da cidade que nascem na sua margem direita, e faz-nos a todos dizer, em complemento do «Bom-dia!», que hoje a manhã está fresca.
Depois, a partir das dez e meia, o calor dos «três meses de inferno» toma conta das ruas, das rotundas, das avenidas, e das canelhas da cidade.
As labaredas consomem os montes, os restolhos e a paciência de quem as combate a sério.
Neste meio da manhã já não havia buraco onde arrumar o carro.
A Rua de santo Amaro estava cheia de automóveis e de pessoas.
A esplanada e as salas da “Carbela”, repletas.
Abusando da proverbial tolerância dos flavienses, deixei o pópó sobre um passeio de um acesso às garagens de um prédio.
O pingo não estava ao nível da minha habitual exigência. Mas o “Pastel de Chaves” até parecia ter sido feito de encomenda, e na hora, para o meu paladar e apetite!
Que bem me soube!
Desci a Rua Direita. Para meu espanto, não andavam por lá mais de vinte pessoas!
No Arrabalde, quatro basbaques!
Nas Lojas, ao todo, uma meia dúzia de clientes!
A cidade está mesmo pobre - disse para comigo mesmo!
Subi a Rua de Santo António.
Mais movimentada. Mas o movimento maior era o de automóveis.
Até o “Sport” tinha mais vagas do que ocupações!
No “Jardim do Bacalhau” estava espalhada uma dúzia daqueles parzinhos crónicos nas alcovitices - percebeu-se pelo olhar furtivo de esguelha e pelo acento enfático que punham em cada sílaba viperina das palavras venenosas.
Pela Ponte Romana iam e vinham pequenos grupos palradores, de familiares ou de amigos, que me deliciaram com um Francês com sotaque transmontano! Claro que os «avecs» e os «doncs» soavam mais alto do que o «omessa porra». Era preciso dar sinal de ricas «vacanças»!
As famílias galegas encontrei-as por todo o lado. Passeiam por Chaves como verdadeiros conquistadores. Mostram-se seguras do seu poder de compra!
Nos Cafés, os homens falam e orientam as orelhas para os amigos sentados de um lado e de outro da mesas, e trocam os olhos e torcem o pescoço para quem passa na rua, com aquele ar meio ansioso, meio embasbacado, como se esperassem alguém que os libertasse daquele torpor em que vivem, ditado ela rotina de vida e pela imbecilidade.
As mulheres mais novas e as mulheres mais velhas fazem técnico-tácticos esforços corporais para nos convencer, a nós, e se convencerem a elas de uma grandeza de fascínio e de atracção que exercem sobre os homens.
As mulheres idosas passeiam devagar - transportam consigo cargas de resignado sofrimento e de muita bondade.
Os homens de Aldeia, lavradores (ou agricultores) caminham com o passo lento, acertado, como quem sabe ao certo o que procura e aonde vai depois das compras feitas ou de cumprida a palavra: botar um copo antes do regresso a casa!
Os jovens amadurecidos e os maduros ainda jovens falam e gesticulam com entusiasmo e, com um ar de pimpão e fanfarrão, olham para quem se cruze com eles, por levarem à mão de semear uma companheira - esposa ou namorada - a quem podem abraçar e apertar como quem segura uma gabela de couves … ou de palha para estrumar a corte dos recos!
As crianças imitam os jovens pais, falando alto, apontando para as montras e esforçando-se para que os tios, os padrinhos e os avós olhem para elas, os ouçam, lhes «liguem»!
Regresso à Pastelaria para matar o desejo de mais um “Pastel de Chaves”. E dou-me conta de que afinal só eu é que ando por aqui sozinho!
A alegria de viver e a felicidade sentem-se espalhadas pelo ar!
Chaves, 16 de Agosto de 2013
Luís Fernandes
Contribuição-Imposto
E
Contribuição não-imposta
Quando nos iniciámos nas viagens circun-néticas fizemos escala no Blogue “CHAVES”. Ali nos demos conta dos ramais (links) ou novas linhas de navegação que poderíamos seguir, pensando nós que com todo o prazer de um «cruzeiro».
Se bem o pensámos melhor o fizemos. Eram muitos os portos de abrigo ou cais de desembarque que se nos ofereciam por essa Normandia Tamegana, correspondendo às coordenadas das NOSSAS ALDEIAS.
Não pudemos esconder o nosso entusiasmo por vermos os seus nomes expostos no maior painel de comunicação com o mundo (Temos para nós que os Blogues são um instrumento privilegiado de comunicação e, neste caso, de divulgação dos interesses e dos atractivos das NOSSAS ALDEIAS, dado o alcance de visibilidade e de audiência global a que se expõem).
E exprimimo-lo invadindo a caixa de comentários.
Não contávamos que alguns desses Blogues fossem pouco mais do que a expressão narcisista dos seus autores - alguns censuraram os nossos escritos.
No entanto, para nossa alegria, fomos bem-recebido na maioria dos que visitámos.
Assim nos aconteceu neste Blogue - o Blogue “Outeiro Seco - AQI...”, cujo título nos faz considerá-lo, por brincadeira, precursor de Acordos (f.f. de (me) lerem acÔrdos) Ortográficos!
Contando com a benevolência do anfitrião e a simpatia de alguns visitantes, prometemos vir aqui submeter aos vossos juízos alguns alinhavos de escrita - os Post(ai)s aqui editados dão-nos quase sempre um lampejo de inspiração.
Gostamos da NOSSA TERRA.
BOAS FESTAS PASCAIS!
Luís Fernandes
“A VIOLETA”
O Post(al) de hoje, no Blogue “OUTEIRO SECO-AQI…”, trouxe-me à lembrança a «Violeta».
A “Violeta” era uma gata que vivia na “Casa do Campo”, com a minha Avó e o meu primo Tó, quando eu era ainda uma criança com pouca idade (agora já o sou com muita idade!).
O pêlo era cinzento. E tinha riscas.
A “Violeta” portava-se bem dentro de casa. Não assaltava os tachos nem os pratos.
Ai do rato que se atrevesse a passar a ombreira da porta…ou subir da corte ou da adega!
Regalava-me vê-la a murar a passarada que abundava pelas árvores do quintal!
Num instante pulava sobre um pintassilgo que estivesse a depenicar amoras das silvas que se estendiam e entrelaçavam no muro ou subia, sorrateira, pelo tronco e ramos de uma oliveira ou outra árvore de fruto, ou formava um formidável salto a apanhar um pardal, uma folecra ou outro qualquer passarinho em tranquilo chilreio na ponta de uma galha!
E quando a Avó SÃO ia «à cidade» acompanhava-a até às «Carvalhas», lugar onde começava a descida para a cidade.
À tardinha, adivinha a hora certa em que a minha Avó chegava às «Carvalhas», lugar onde acabava a subida desde a cidade.
O almoço, o jantar, a merenda e a ceia partilhei-os muitas vezes com a “Violeta”, sempre humilde e sossegada à espera da espinha de bacalhau ou da cabeça de sardinha que lhe estendêssemos.
Miava a chamar pela nossa atenção.
Miava a agradecer quando falávamos com ela.
Vi-a morrer, lá, no caminho em frente à “Casa do Campo”.
A minha Avó disse-me que foi da velhice.
Eu dizia-lhe que fora envenenada.
A “Violeta” deixou-me saudades.
Luís Fernandes
“O Inverno vai frio”
O Inverno vai frio. E triste.
Muito mais triste.
Até o luar de Janeiro, outrora tão presente, deixou de aparecer, saudoso dos serões que já não se fazem, do piar dos mouchos (mochos) e das corujas a anunciarem o maciar do tempo, do fumo das lareiras a levar-lhe a tentação do caldo do pote, e do toque das trindades agora emudecido.
O luar dava-nos a sombra que nos disfarçava na aproximação à casa da namorada, e iluminava a parede que subíamos para colher as doçuras da nossa amada.
Nesse tempo, os beijos das Raparigas tinham um sabor e um significado “Definitivos”.
Neste tempo, de invernos tristes e de luares escondidos, os beijos das Raparigas não têm significado e o seu sabor é a “Provisórios”!
Os fachucos de palha sumiram-se; as candeias já nem às avessas se incendeiam.
Os lobos deixaram de uivar à Lua.
E o vento já não nos traz fantasmas.
Agora a gente já não tem medo. Mas anda com o coração apertado.
Fomos criados a temer a Deus. Nas quem nos faz mal são os diabos de carne e osso.
E com os diabos dos Infernos bem temos podido nós!
Mentem-nos os padres. Enganam-nos os profetas.
Saem-nos ao caminho os trastes políticos.
Iludem-nos os santos.
Sonhamos com um Pátria - de paz, de trabalho, de recreio, de liberdade.
Acordamos numa prisão - de maus-tratos e de trabalhos forçados, de míngua de pão míngua de sede … e míngua de Justiça!
Luís Fernandes
Sensibilidade
A sensibilidade anda de mãos dadas com a riqueza de espírito. Nos gestos e nas palavras ambas resplandecem. Também na inspiração e na criatividade das Artes são anunciadas com subtileza e brilho.
Oh! Como damos conta da nossa humildade e ignorância cada vez que nos confrontamos, e aprendemos, com a beleza das palavras, das figuras e dos símbolos que o OUTRO ou a Natureza e o Universo nos revelam! O espanto continua a ser um convite para o Conhecimento. E, quando o brilho nos chega de uma estrelinha tão aconchegadinha nas margens e um rio da NOSSA NORMANDIA TAMEGANA, sentimos que A NOOSSA TERRA está abençoada por um arco-íris de beleza e de bondade!
Luís Fernandes
Num comentário de dia 15, o Sr. Luís Fernandes teve a amabilidade de deixar um texto de sua autoria intitulado "Varandas". Achei por bem, dada a sua qualidade e com a autorização do autor, de lhe dar maior destaque publicando-o hoje. Espero que gostem, como eu gostei.
“Varandas” …
E das varandas lançávamos à sorte os nossos sonhos - de aventuras ao deus-dará; de conquistas infindáveis que nos iriam tornar grande e glorioso no regalo de viver;
Varanda de Outeiro Seco – Sra. Alice
de colheitas de bens e de frutos com que encheríamos imensos sacos, seiras, cestas e arcas, que traríamos para casa , a compensar as faltas sentidas; na conquista daquele altaneiro castelo, defendido por íngremes escarpas, grossas muralhas e medonhos dragões à porta, a lançar fogo, com enormes garras tão afiadas, e em cuja torre mais alta estava prisioneira a nossa fada-princesa, que iríamos tomar nos braços e, com ela, sermos «eternamente feliz».
Varanda de Chaves
Das Varandas, o olhar do mundo abarca outra dimensão.
Olhamos em frente, e o horizonte avisa-nos que ainda não encontramos tudo o que procuramos; olhamos para cima, e o céu, brilhante e estrelado, encantador, ou com nuvens, ameaçador, enche-nos de assombro ou de temor, e descobrimos que a Vida é uma enorme insignificância no Infinito; olhamos para baixo, e interrogamo-nos por que a pegada humana tanto estraga os caminhos por onde anda!
Varanda de Segirei
As Varandas eram o topo do mundo onde a nossa namorada deixava o sinal da hora da ida à fonte ou à missa, segar erva ou ir a casa da madrinha (que abençoava ambos), lá na Aldeia.
Varanda do Cambêdo
As Varandas eram o topo do mundo onde a amiga da namorada vinha espreitar a nossa sombra para ir à sala avisá-la que já não eram horas de estudar mais os sistemas cristalinos triclínicos dos minerais, mas, sim, horas de ir ao encontro da validação das leis químicas do amor, lá na Cidade.
Luís Fernandes
castelo de monforte de rio livre
Águas Frias - Rio Livre - Tino
Rêverie Art - Fernando Ribeiro
Sítio das Ideias-Lamartine Dias
Andarilho de Andanhos-S. Silva
Asociación Cultural Os Tres Reinos
Amnistia Internacional - Chaves
Amnistia Internacional - Blogue
DIGIWOWO - Artigos Fotográficos
RuinArte - Gastão de Brito e Silva