Na linguagem diária dos nossos auto-proclamados políticos - quer no papel de governantes, secretários ou biscateiros de qualquer órgão ou Serviço de Administração Pública, quer no papel de militantes comissário-comissionistas de Bairro ou de Província - o «absolutamente» enche-lhes a boca, numa tentativa esganiçada de tornar mais poderosas e convincentes as suas patacoadas e aldrabices.
Enfim, quase sem darmos conta, estamos a entrar na era do «absolutamente», ante-câmara do “Absolutismo”.
Ou seja, já está mais de meio caminho andado para ficarmos convertidos em seres arbitrários e insignificantes, atemorizados e incapazes de enfrentar livremente a realidade e perder a oportunidade da nossa própria história, para sermos apenas peças da história dos outros!
O Povo reza umas preces … aos santos das Aldeias vizinhas, contenta-se com duas larachas, gemidas ou fanfarrónicas, na Taberna ou à saída da missa, e mergulha o corpo e a alma, o sentimento e o pensamento na indiferença pela governação do País - seja ela feita desde Belém, desde S. Bento; desde a Praça do Camões ou da casota da Junta de Freguesia!
O Povo anda por aí.
Geme, murmura, queixa-se, lamuria-se.
Gemibunda.
Mantém-se conformado.
Submisso.
Infeliz! Porque vive a acreditar que essa é a condição para entrar «no reino dos céus».
Os governantes não O têm em conta.
O absolutismo, por cá, já tem mais de meio caminho andado: os conflitos desvanecem-se (as greves são desmobilizadas…) e os inimigos (pelo menos os internos) desses trastes vão desaparecendo.
Há que dar sentido ao «mundo de todos»; há que dar sentido ao «mundo de cada indivíduo».
Não ir “Em busca do tempo perdido” significa dar conformidade ao sem-sentido e dar a última palavra “à morte e ao invisível”.
Não podemos deixar que o «tempo perdido descanse em paz em si mesmo».
E, como já escrevemos no nosso Pitigrama “De LUTO”, a morte não tem a última palavra!
Mozelos, 7 de Fevereiro de 2015
Luís Henrique Fernandes
(nota: “Pitigrama” e um termo criado e patenteado pelo autor, com que titula todos os seus escritos).
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