“DIA e NOITE”
“Ter de viver com a perda do amor
é
um dos desesperos mais profundos
do ser humano”
O coração ficou-lhe tão pequenino como o de um passarinho.
Há tantos anos!...
Aquela sombra; não, aquele vulto; não, aquele fantasma; não, aquela nuvem, leve, ligeira …. sombra, vulto, fantasma, nuvem aparecidas num relance repentino surpreenderam-no.
Não!
Não podia ser!
Não podia ser verdade!
Mas aquele cabelo. Aquele rosto, de perfil, aquele andar, aquelas mãos….
Não!
Não era verdade!
A eterna saudade, dolorosamente sentida em cada dia e em cada noite, construía fantasmas para lhe aumentar o tormento.
Olhou.
Voltou a olhar.
Queria ter a certeza…mais do que queria ver do que daquilo que via.
Fechou os olhos. Para ver se estava a sonhar acordado.
A imagem daquela com que as saudades o atormenta a toda a hora sentiu-a fixar-se, gravar-se, com mais profundidade no seu coração.
Angustiado, o peito encolheu-se-lhe todo.
A nuvem, o fantasma, o vulto, a sombra afastou-se com indiferença.
Logo dobrou a esquina da rua.
Ele não resistiu. Saiu em passo largo e espreitou a outra rua.
Durante uns momentos, embora tão breves pareceram-lhe uma eternidade, não viu, não lhe apareceu vivalma - nem carros nem pessoas.
Ficou tão triste o céu daquela cidade!
M., 15 de Abril de 2015
Luís Henrique Fernandes
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