“O COMBOIO da BATATA”
Outrora, Chaves era o maior centro nacional de distribuição de Batata.
Se nos lembrarmos do Fumeiro, das Couves, dos melões casca-de-carvalho e das melancias; dos contrabandos, do gado - cordeiros, cabritos, recos, galinhas e coelhos; caça - perdizes, lebre e coelhos; Barro de Nantes, o pão de Faiões; as Águas de Salus, Campilho e Vidago (acrescente-se as de Carvalhelhos); a castanha, os Figos e os Merogos (medronhos); as Telhas das (nossas) Telheiras (de famosa qualidade); os sempiternos FOLAR e PASTÉIS DE CHAVES; e os inúmeros, importantes (escandalosamente desprezados!) testemunhos históricos a jurarem uma antiguidade digna do mais profundo e solene respeito - fontes de estudo, de cultura, e de orgulho tribal; se nos lembrarmos …. se nos lembrarmos … do respeito e veneração que Povos de outrora - Celtas, Romanos, Mouros – expressaram de forma a perpetuarem o simbolismo e o significado desse rincão, se nos lembrarmos…
As «portas que Abril abriu» deixaram entrar uma enxurrada de “faz-que-fazem”, de trastes e de pindéricos; de noitibós e de pescadinhas; de nombrilistas, impostores e mãos – leves; de sem-vergonha, safados e descarados; de camaleões e renegados.
Vai para além dos Dois Mil Anos que a CHAVES – AQUAE FLAVIAE atraiu, cativou e mereceu os olhares e os respeitos de muitos Povos.
Por histórias, História, e documentação, a sua nobreza foi divulgada, reconhecida e apreciada.
Não falta quem lhe reconheça preciosidade.
Os poucos que a desfeitearam foram (e são) demasiados.
Para mal da CIDADE - e para mal das suas gentes - estes nunca souberam o que significa Passado, nem o significado de Futuro.
O presente e os presentes foram o significado e o sentido da sua vida.
Não souberam, não quiseram dar à razão o lugar na razão.
E, quais sapateiros remendões ascendidos a tribunos apeléticos, mais não fizeram ( e têm feito) do que borrar o quadro histórico dessa “NOBRE CIDADE”.
Subtis, vêm agora insinuar o seu denodado empenho em elevar o quadro borrado à categoria de obra de arte - candidatar CHAVES a Património Mundial da Humanidade.
Sabem, sabem bem, que para além de Curalha ninguém os leva a sério.
Mas sabem que aí pela Veiga e pela Montanha ainda arrebanham uns papalvos e uns simples que vão na cantiga, deslumbrando-se com a vaidadezinha prometida na demagogia e, assim, distraídos das irresponsabilidades e fugas de compromissos desses neo - estafadores dos melhores desígnios da “NOSSA TERRA”.
Basta de pantominas!
Como pode uma CIDADE onde a Cultura é arremedada, a História desprezada, o Progresso retardado, a Humanidade descuidada, candidatar-se a tal honor?!
Outrora Chaves era o maior centro nacional de distribuição de Batata!
O comboio batateiro acrescentou à sua utilidade a alegoria.
Hoje, esses autores de atentados ao Património da NOSA CIDADE fazem-se de penitentes dizendo a intenção de “apanhar o comboio…… da batata”!
“Bat(a)oteiros”!
M., 5-9-2008
Luís Henrique Fernandes
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