Amanhã, dia 22, é o Dia Mundial da Diversidade Biológica. A nossa Aldeia, há poucos anos atrás podia gabar-se de ter uma diversidade biológica interessante.
Com os atentados ambientais que têm vindo a ser cometidos, essa diversidade viu-se severamente ameaçada, algumas espécies já desapareceram e outras, estou em crer que terão o mesmo destino, uma vez que não há interesse em acabar com estas infracções.
Como sabem, por falta de resposta das Entidades Locais - CMChaves e Junta de Freguesia - no passado dia 30 Abril, foi apresentada à Assembleia Municipal, por intermédio dos Deputados do MAI – Movimento Autárquico Independente, um documento expressando a nossa preocupação relativamente a dois focos de poluição na nossa Aldeia, como referimos neste mesmo espaço no passado dia 7 de Maio (http://outeiroseco-aqi.blogs.sapo.pt/2014/05/07/).
Também, como todos sabem, esses dois focos de poluição encontram-se: na Mina, por trás do Solar dos Montalvões onde a CMChaves tem vindo a depositar lixo ao longo dos anos sem qualquer entrave e; em Vale Salgueiro onde a mesma CMChaves e também sem qualquer entrave, despeja os esgotos provenientes dos parques empresariais sem tratamento nas linhas de água.
Neste blogue, basta fazer uma pesquisa por “esgotos” e são inúmeras as provas destes atentados ambientais. (http://outeiroseco-aqi.blogs.sapo.pt/search?q=esgotos&Submit=OK)
Da mesma forma, se pesquisarem pela palavra “lixo” encontrarão outras tantas. (http://outeiroseco-aqi.blogs.sapo.pt/search?q=esgotos&Submit=OK)
Um dia destes ao abrir o Diário Atual, deparei-me com o seguinte título:
“Chaves: Município promove ações de educação e sensibilização ambiental para assinalar o Dia Mundial do Ambiente” (http://diarioatual.com/?p=161212), referindo no seu texto que:
“As várias ações elencadas pela Câmara de Chaves serão essencialmente direcionadas para os estabelecimentos de ensino e terão lugar entre os dias 26 de maio e 6 de junho”.
Não fazem alusão ao dia específico, mas o Dia Mundial do Ambiente celebra-se no dia 5 de Junho.
Eu pergunto-me, como é que estes indivíduos podem ter semelhante descaramento, descaramento não, é “LATA” mesmo?
Depois de fazerem o que fazem, de deixarem arrastar estas situações ao longo de anos, de serem os principais responsáveis pelas mesmas e de terem pleno conhecimento das mesmas, com que autoridade ou sequer, com que moral, podem apresentar-se à frente de quem quer que seja, para realizar “…ações de informação e sensibilização ambiental…”? No mínimo, é ridículo.
Só espero que não seja o cabeleira a querer explicar o que é "material vegetal"… Mas já lá vamos.
O facto de já terem passado 3 semanas desde a Assembleia Municipal, associado a esta notícia, levou-me a dar mais uma volta pelos locais em questão. Como não poderia deixar de ser, não fiquei admirado com o que vi, tratando-se dos mesmos mentirosos.
Estou certo que grande parte das pessoas preocupadas com o que se passa na nossa Aldeia, ficou curiosa com a resposta que o cabeleira deu ao Deputado do MAI que apresentou estes problemas na Assembleia Municipal de 30 de Abril.
Eu fiquei curioso. E também aqui, como não poderia deixar de ser, não fiquei admirado com o que ouvi, tratando-se de quem se trata.
Para quem não teve tanta curiosidade ainda pode ver o vídeo através desta ligação (http://www.sinal.tv/video.php?id_video=342).
E como o tempo custa a todos, deixo-vos aqui um resumo.
Em relação a indivíduos como o cabeleira, já dizia Abraham Lincoln qualquer coisa como:
“O melhor é calarem-se e deixarem que as pessoas pensem que são uns idiotas, do que falarem e acabarem com as dúvidas.”.
Não podia estar mais certo. Mas ele insiste em falar.
Então, dirige-se o cabeleira à Assembleia e ao minuto 8.50 do vídeo atrás referido diz:
“…chama a atenção para aquilo que eu depreendi que seja o mau funcionamento da ETAR compacta que existe no parque industrial…”.
“Como sabem, ficou a empresas Águas de Trás-os-Montes de construir o emissário para interligar ao sistema da cidade e o efluente ser tratado na ETAR da cidade.”
“Ainda não o fez.”
“Admito que a ETAR compacta possa estar com algum problema. Vou mandar que os serviços verifiquem e que façam a intervenção necessária para que a mesma, para que a mesma funcione bem. Enquanto não temos então o tal emissário construído.”
Esta é a primeira parte em que se refere aos esgotos em Vale Salgueiro. É claro que quem conhece o local ou quem acompanha as fotografias que aqui são publicadas sabe que não está a dizer a verdade.
Ele não pode “depreender”. Ele sabe o que se passa, quanto mais não seja porque esteve lá e há fotografias que já foram publicadas neste blogue que o demonstram. Isto para não falar em todas as fotografias que foram e continuam a ser enviadas para a CMChaves.
Depois diz que a empresa Águas de Trás-os-Montes ficou de construir o emissário e conduzir o efluente à ETAR de Chaves para aí ser tratado e que ainda não o fez. Quanto a mim, também não é verdade. Primeiro, porque como já referi em outra publicação, a única empresa a contactar os proprietários foi a empresa Nível, já em 2006 e não deu qualquer seguimento a esse único contacto. Segundo, porque a ligação é para ser feita à Estação de Tratamento que está na Ribeira, junto ao Rego do Cego.
A empresa Águas de Trás-os-Montes nunca contactou ninguém, que eu saiba, portanto é lógico que não possa ter feito nada. Acresce ainda que contactada a empresa Águas de Trás-os-Montes e, à semelhança da CMChaves e Junta de Freguesia, não obtivemos qualquer resposta.
Assim, colocam-se várias questões:
A obra foi adjudicada?
Qual é o seu prazo de execução, para sabermos quando teremos esta situação resolvida?
Porque têm permitido que desde 2006 se arraste esta situação?
E, a ser verdade, porque nenhum dos proprietários foi ainda contactado, quer pela CMChaves, quer pela empresa Águas de Trás-os-Montes, para resolver este atentado ambiental?
Por fim, se ele admite que a ETAR possa estar com algum problema é porque sabe. E, depois de tudo o que sabe, se ainda lhe restassem dúvidas, perguntava ao Presidente da Junta de Freguesia que deve estar nessas Assembleias e ele sim também deve saber.
O problema é que o SEPNA já verificou essa ETAR compacta em 2010 ou 2011 e disse que a mesma não estava a funcionar.
O problema, acresce quando passadas 3 semanas da Assembleia Municipal em que se comprometeu “mandar” os serviços verificarem a situação, esta se tenha agravado como demonstram as fotos captadas dia 18 de Maio e que estão a ser reproduzidas ao longo desta publicação.
Ao minuto 9.41 do vídeo acima referido, o cabeleira responde à situação do lixo na Mina.
Então, diz ele:
“Quanto à outra situação que ocorreu, foi uma situação, um mal entendido mas prontamente resolvido, uma queima de material vegetal (o sublinhado é meu) que tinha sido colocado na, na Quinta dos Montalvões em Outeiro Seco, mas já foi resolvido e a Quinta foi completamente vedada para que ninguém faça lá depósitos de materiais ilegais, ilegalmente, o que tinha vindo a acontecer.”
Bem, agora percebem porque lá atrás referi que só esperava que não fosse o cabeleira a querer explicar o que é "material vegetal" aos alunos numa acção de sensibilização ambiental.
Para relembrarem o que aconteceu na Mina e ver o que o cabeleira, na qualidade de presidente da CMChaves, mas principalmente como arquitecto, considera "material vegetal", não há como rever a publicação que foi feita no passado dia 18 de Março (http://outeiroseco-aqi.blogs.sapo.pt/outeiro-seco-visite-a-nova-imagem-da-347457).
Lá podem ver o que enterraram, o que queimaram, o que tentaram queimar e o que ainda ficou por enterrar e por queimar e, até à data não foi retirado e como tal, continua lá para quem quiser comprovar o que aqui se diz.
Realmente, ele percebe do que fala.
Depois, o cabeleira esquece-se novamente que há fotografias (e muitas) de carrinhas da CMChaves a descarregar lá lixo. E não, não é só "material vegetal" e ele sabe-o bem porque tal como a nossa Junta de Freguesia, também a CMChaves teve acesso às imagens.
Portanto, o que ele deveria ter dito para não mentir é que os “..materiais ilegais, ilegalmente…” lá depositados, foram depositados por eles próprios. E também, para não mentir, deveria ter dito que o SEPNA lhes ordenou a remoção desses “...materiais ilegais, ilegalmente…” em 2011. Ordem que não cumpriram e que a Junta de Freguesia lhes permitiu não cumprirem e pior, permitiu-lhes continuar a infringir a Lei desde então.
Por outro lado, também não é verdade que a Quinta tenha sido completamente vedada. Eles também o sabem. Apenas foram colocadas pedras em 3 das entradas que tinham sido criadas por eles próprios.
E, por fim, não, não ficou resolvido porque o "material vegetal" a que o cabeleira se refere, como latas, borracha, ferro, alumínios, plásticos, etc, etc, etc..., que não conseguiram queimar ou que deliberadamente enterraram, nem sequer é biodegradável, pelo menos durante umas centenas de anos e só ficará resolvido quando retirarem tudo o que lá depositaram, esteja à vista de todos, enterrado ou que não conseguiram queimar.
Nota: As fotos que “ilustram” este texto são apenas dos esgotos em Vale Salgueiro, para provar, mais uma vez, que nada está a ser feito e que o cabeleira não foi honesto, também mais uma vez, na Assembleia Municipal. Para aceder a outras fotos que denunciam estas situações podem recorrer às diversas ligações que disponibilizo ao longo desta publicação.
Berto
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