De Anónimo a 23 de Março de 2014 às 01:01
“Os mensageiros dos deuses”
Como os visitantes deste Blogue já deram conta: a Passarada é um dos meus encantos.
Aí pela Normandia Tamegana havia, outrora, «noutros tempos», como às vezes uso, muita passarada (da boa, claro!) e muita «bichaige» (da boa, clarinho!).
As fogueiras, que antigamente se faziam no Largo das Aldeias - no S. João, e noutras ocasiões especiais - passaram a fazer-se pelos montes e campos tratados (e, mais requintadamente, em lixeiras camarárias …como se a taxa municipal de «resíduos sólidos» servisse apenas para reforçar a biqueira e o salto das botas dos gosmistas de tachos … e potes!
Não se admirem, pois, os visitantes deste Blogue da minha “admiração” quando vejo aqui alguns passaritos de quem duvidava ainda existirem, nessas paragens.
O autor chama “MUGENGO” ao chapim-azul.
Recordo esse termo. Mas não me lembrava do seu significado.
Do passarinho, veio-me logo à ideia da fartura com que, “noutros tempos”, assaltavam as ramadas junto às casas e pulavam constantemente de galho em galho das árvores de fruto, lá nas Boticas. Pareciam adivinhar o momento exacto em que a fisga lhes mandava um projéctil - que, quase sempre, furava as folhas das videiras ou batia nos ferros das ramadas ou nos ramos das árvores!
A palavra «mugengo» não a encontro nas minhas buscas. Nem mesmo nos regionalismos ou provincianismos.
Assim, agradecido fico a quem me ajudar na explicação do termo.
No entanto, quer-me parecer que aquela singeleza do falar das NOSSA GENTES (As daí, da NOSSA TERRA, da NORMANDIA TAMEGANA!) levou a que o termo «mejengra», pelo qual também é tratado o chapim-azul, tenha sido transformado em «mugengo».
Aproveitando o espaço, pergunto se, por aí, ainda aparecem as «milheiras» e as «folecas» (felosas), os chascos, os verdelhões, os cascarrolhos, os pintassilgos, os rouxinóis e as carriças! Claro que das galinhas d’água nem me atrevo a perguntar!
Não se admirem!
Por aqui, gaivotas, pombos-correio, uma ou outra lavandisca, um ou outro melro e pouco mais.
Pegas, rolas, andorinhas e pardais, que ainda há poucos anos se viam com fartura, já não se lhes põe a vista.
Como não se há-de ter saudades da NOSSA TERRA?!
M., 22 de Março de 2013
Luís Henrique Fernandes
Bom dia Sr. Luís,
Sinceramente não lhe sei dizer de onde provem o nome de "mugengo". Sempre ouvi chamar-lhes assim.
Há uns anos viam-se muitos perto das casas, sobretudo nos restos das fruteiras, no final do Outono, início do Inverno. Mas do ano passado para este ano, notei que desapareceram muitos.
Dentro daquilo a que chamamos "mugengos" de uma forma geral, há mais variedades.
Quanto às outras espécies que refere ainda vão aparecendo, mas muito poucos.
No mesmo dia em que fotografei este mugengo, vi (apenas) um pintassilgo que não consegui fotografar, mas ainda fotografei uns verdelhões e uns chascos.
Aqueles que o Sr. refere como "milheiras", devem ser os que nós chamamos de "milharengos" e e às "folecas", chamamos "fulecras" ou "folecras".
São termos que se vão perdendo há medida que desaparecem as espécies.
Um abraço e obrigado,
Berto
De Paula a 3 de Setembro de 2023 às 01:58
Meu pai e de Curalha e a muitos anos atrás o povo de curalha vieram a charmer-los de Mujengos. Contam uma história de um tio meu e um ninho de passarinhos mas não me lembro como chegaram a ter esse apelido.
Só sei que quando estávamos em Portugal de feiras e andávamos pela rua em Curalha, muita gente nos dizia, “ vós sous mujengos!”
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