Vamos lá então “disparatar”…
Há coisas que não lembram ao diabo. Claro que quando o diabo ocupa um cargo político e tem uma sólida formação em arquitectura paisagística, engenharia ou outra que tal, verifica-se um retraimento exponencial das suas capacidades imaginativas, já por si escassas e aí os resultados são os que se vêem (para quem os quer ver).
Na passada quarta-feira, a CMChaves, farta da imagem monótona e pouco colorida da lixeira municipal e, diga-se também, já com uma certa falta de espaço para depositar o lixo, decidiu “renová-la” e pintá-la de preto, para condizer com a paisagem ainda enegrecida pelo incêndio do último Verão.
Para isso, optou por seguir o exemplo dos incendiários criminosos e ateou fogo – aqui e além – ao lixo da Mina, esperando com isso que ele se propagasse e destruísse as provas das infracções que tem vindo a cometer contra a nossa Aldeia.
Estou certo que sendo a CMChaves uma pessoa de bem que zela pela saúde das populações, tenha pedido a respectiva autorização para levar a cabo esta “queimada” e se tenha feito acompanhar de pessoal especializado na matéria, atendendo aos detritos que queriam incinerar, bem como pela Junta de Freguesia, pelo SEPNA e corporações de Bombeiros, para qualquer eventualidade.
Já mais de uma vez referi a disparidades de tratamento entre as acções criminosas de um particular e as das entidades públicas. Fosse um particular que espalhasse lixo e lhe ateasse fogo e estaria arruinado para o resto da vida.
Neste caso concreto, o que a CMChaves fez foi transferir parte da poluição do solo para o ar. O resto fica lá, ou porque o fogo não lhe chegou ou porque simplesmente, há coisas que não ardem num simples incêndio. Até um arquitecto deveria saber isso.
Por outro lado, as cinzas dos plásticos, borrachas e outros materiais poluentes que arderam, só estão à espera da próxima chuvada para se infiltrarem no solo e contaminarem os terrenos e os lençóis de água.
Tiveram ainda outra ideia brilhante, que foi “terraplanar” alguns espaços e enterrar algum lixo, tal como fizeram há uns anos na parte superior, junto à estrada. Ao fazerem isso, criaram duas situações, na falta de melhor palavra, “interessantes”. A primeira, foi deixar espaços propícios a continuidade das suas actividades de despejar lixo na Mina. A segunda, foi que ao remexer a terra puseram a descoberto lixo, que por terem enterrado anteriormente, não ardeu e veio/ficou agora à superfície.
E depois são estes “senhores” que cobram taxas na factura da água para tratamento do lixo e resíduos. Dá que pensar o que farão com o dinheiro…
A primeira impressão com que fico é que os responsáveis, devem ter ficado realmente “aborrecidos” (a palavra não é esta, mas tem de servir) pelo facto do incêndio do passado Verão não ter atingido a lixeira, pois agora estariam a livrar-se das acusações de mais um acto criminoso.
Depois, penso no dinheiro e tempo que muitas entidades, incluindo a nossa Junta de Freguesia, gastam para tentar descobrir e levar perante a Justiça os responsáveis dos incêndios, como por exemplo, do incêndio que atingiu a nossa Aldeia no último Verão.
Neste caso, mais uma vez, sabemos quem foram os infractores, mas, pelo menos eu, não tive conhecimento de que qualquer responsável por este incidente tenha sido preso.
Na nossa Aldeia, salvo raras excepções, continua o silêncio e a mansidão dos bois de jugo ou dos escravos, que aguentam (vam) toda a carga que os seus “senhores” lhes impunham.
A meu ver, a situação é a inversa. Eles, políticos, são (ou melhor deveriam ser) na verdade os nossos “serventes” (no bom sentido), nem que seja, por quem os põe nos poleiros ou pelos impostos de que usufruem para ocupar e exercerem com zelo esses cargos. Mas são serventes (no mau sentido), quando cometem atrocidades como aquelas que têm vindo a praticar contra a nossa Aldeia.
A Nossa Aldeia é NOSSA, dos que cá vivem ou dos que cá têm raízes ou ainda daqueles que por ela se interessam sem nenhuma finalidade egoísta, e não de qualquer desses pingentes etiquetados. Por isso, cabe-nos a TODOS defendê-la destes crimes e não permiti-los, ou pior ainda, como fazem alguns, encobri-los.
Por fim, apenas acrescentar que algumas entradas foram obstruídas com pedras, ficando no entanto pelo menos uma delas aberta – junto à Capela de Nossa Senhora da Portela. As razões para manterem esta entrada resumem-se a poucas hipóteses:
- deixar passagem para o terreno do nossos familiares – Eugénio e Otília;
- deixar passagem para os jogadores chegarem ao campo de futebol da CMChaves;
- ou, deixar passagem para eles próprios continuarem a despejar lá lixo. Não sei porquê, mas esta parece-me ser a mais provável.
Vendo a solução que a CMChaves “inventou” para “resolver” o problema do lixo na Mina, estou curioso em ver que solução vão aplicar para acabar com os esgotos nas linhas de água em Vale Salgueiro. Com a inteligência e criatividade que têm demonstrado para as causas ambientais e a saúde da população da nossa Aldeia, estou em crer que também lhe vão chegar fogo…
Agora, como eu já “disparatei”, que cada um quebre o jugo e faça o que DEVE fazer pela SUA ALDEIA. E não se deixe "iludir"pelas imagem, visite, tire as suas próprias conclusões e divulgue. (Lixo na Mina e Esgotos em Vale Salgueiro - Outeiro Seco)
E não se esqueçam:
“É preciso denunciar. Denunciar é um dever de elementar cidadania”. antonho cabeleira (18/12/2013)
Nota: Todas as fotos aqui publicadas foram captadas na manhã de Domingo (16/03/2014) e não foram submetidas a qualquer tipo de tratamento digital
castelo de monforte de rio livre
Águas Frias - Rio Livre - Tino
Rêverie Art - Fernando Ribeiro
Sítio das Ideias-Lamartine Dias
Andarilho de Andanhos-S. Silva
Asociación Cultural Os Tres Reinos
Amnistia Internacional - Chaves
Amnistia Internacional - Blogue
DIGIWOWO - Artigos Fotográficos
RuinArte - Gastão de Brito e Silva