Presente
Dádiva que nos deixaste…
Sacrifício de um Povo…
Suor de vidas pisadas…
Oferenda de história e estórias…
Imponente, majestosa…
De beleza pungente…
Cheia de orgulho por seres única,
E teres em ti o nosso passado…
Guardado…
Destinado a zelar por nós
E seres mais um pedaço de
Narrativa guiada ao,
Presente
Laura Freire
De nenhum,
Não me arrependo de um único momento.
Cada instante contigo foi uma bênção,
Nunca me cansei de ti.
Também não penso esquecer-te,
Seria abdicar de uma parte importante de mim.
Partilho a tua dor, o teu sofrimento,
Faço deles a minha âncora.
Tenho saudades tuas,
Agarro-me a elas para me manter viva.
Sinto falta do teu ombro, do teu peito,
Onde descansaram as minhas mãos.
Hoje, não te tenho, o vazio é imenso,
Como o espaço que nos separa.
Afinal, tinhas razão,
Eu também sofri, mas em silêncio.
Não me arrependo de um único momento,
De nenhum.
Laura Freire
Não queres que seja feliz?
Quantas vezes esperas que tudo se repita?
Quantas vezes pudeste dizer que encontraste quem esperavas?
Quantas vezes pudeste sentir que tudo à tua volta se harmonizou de forma a criar o momento perfeito?
Quantas vezes pudeste dizer que tens aquilo que todos procuram?
Quantas vezes pudeste sentir, em cada instante, o silêncio e a tranquilidade que tanto ansiavas?
Quantas vezes pudeste dizer que recebeste as singelas carícias que só tu podes sentir?
Quantas vezes esperas que tudo se repita?
Não queres que seja feliz?
Laura Freire
Vivo na escuridão…
A luz que deixo entrar apenas depende de mim…
E é da junção da luz e da sombra que crio a minha existência…
As minhas imagens…
As minhas memórias…
A minha história.
Entre as sombras, deslizo as mãos sobre o teu rosto…
Sinto um crepitar de luz que me recorda as tuas feições.
É lindo, como poderia esquecê-lo.
Entretanto, deixas cair uma lágrima…
Sinto-a deslizar entre os meus dedos…
Até se tornar parte de mim.
Não quero esquecer-te…
Mas entre suspiros que tentas controlar…
Ouço-te partir…
Deixando me só…
Na minha escuridão.
Laura Freire
Dores
Que eram?
Não sofria com elas…
Cada vez que sentia a ferida latejar…
Desfrutava-as…
Em cada momento da minha vida…
Gozava -as…
Entre gritos e risos…
Saboreando cada instante…
Então, não eram Dores…
Que eram?
Prazeres
Laura Freire
Diz-me
Estás morta ou ainda vives?
E na primavera…
Posso esperar ver-te florescer de novo?
Responde-me…
Preciso de saber o que te espera…
E, o que me espera…
Por favor…
Diz-me
Laura Freire
Suavemente
Aproximas-te…
Vejo-te chegar…
Frio e húmido…
Filtrando os raios de sol…
Ou,
Deixando-os escapar…
Encontrando o teu próprio caminho…
Afastas-te…
Vejo-te partir…
Suavemente
Laura Freire
Livre
Ver-te livre é o melhor para mim…
Vejo-te leve…
Solta…
Desprendida de qualquer preocupação…
Embora breve…
Desenvolves-te…
O teu mundo não é limitado…
Vais onde queres…
Poisas onde queres…
Em cada instante…
Tens a oportunidade de viver…
És bela…
E,
Livre
Laura Freire
“…fumegando…”
28 de Agosto de 1921
Chegaste, fumegando…
Amodinho…
Tímido, perante a multidão que te esperava…
Enquanto os “VIVA’s” eram abafados pelo repenicar do teu apito…
Incansável…
Ofegante…
Com sede de água e fome de carvão…
Rasgaste as serras para cá chegar…
Depois, foi o silêncio de todos…
De todos os que serviste…
E partiste, fumegando…
1 de Janeiro de 1990
Laura Freire
In
Memórias de Uma Linha
Linha do Corgo
Edição da Lumbudus - Associação de Fotografia e Gravura
28 de Agosto de 2014
Visite a exposição fotográfica:
Segues-me
Às vezes…
Outras, sou eu que te sigo…
Onde quer que estejas, a luz anda por perto…
Está à tua frente…
Ou,
Segue-te
Laura Freire
Deitei-me
Na esperança de poder acordar ao teu lado…
Adormeci…
Sozinho…
Sereno…
Mergulhado na escuridão dos meus sonhos…
Não tive medo…
Despertei…
Sozinho…
Inquieto…
Levantei-me e procurei-te…
Como sempre não estavas…
E,
Na esperança de poder acordar ao teu lado…
Deitei-me
Laura Freire
Brilhas
Brilhas tanto…
Vem a noite…
Continuas aí…
Não preciso procurar-te…
Sinto a tua presença…
Embora longe…
Envolves-me…
E,
Brilhas
Laura Freire
Tento,
Acredita, tento mesmo…
Olho para ti…
E,
Por muito que tente…
Não consigo igualar a melodia do teu silêncio…
Mas,
Acredita, tento mesmo
Tento
Laura Freire
Paixão
Momentos…
Pensamentos…
Confusão ou ilusão?
Vício imaculado,
Manchado apenas pelo teu sangue.
Sentimento passageiro,
Que me arrebata e me liberta.
Triste obsessão…
Sinto a culpa…
Intensa…
Extasiante…
Surpreendentemente deliciosa.
Empolgante…
Alento…
Lembrança,
De só tu seres minha,
Paixão
Laura Freire
Aquece-me
Podes estar longe, mas sinto-te…
Forte…
Quente…
Ardente…
Reconfortas-me…
Ouço o teu crepitar…
Tento em vão acompanhar a dança das tuas chamas…
Não te apagues…
Sinto a tua falta…
Aquece-me
Laura Freire
Voar
O tempo voa…
Sem elevar os pés do chão…
Veloz…
Como um relâmpago, um trovão…
Preenche todos os espaços…
Completa-se…
Nada o impede…
De esvaziar as nossas vidas…
De avançar…
De partir…
De,
Voar
Laura Freire
castelo de monforte de rio livre
Águas Frias - Rio Livre - Tino
Rêverie Art - Fernando Ribeiro
Sítio das Ideias-Lamartine Dias
Andarilho de Andanhos-S. Silva
Asociación Cultural Os Tres Reinos
Amnistia Internacional - Chaves
Amnistia Internacional - Blogue
DIGIWOWO - Artigos Fotográficos
RuinArte - Gastão de Brito e Silva