Ontem foi o Domingo de Ramos pelo que para não estar a inventar muito, volto a colocar as fotografias que publiquei no ano passado e que representam as plantas com que tradicionalmente se elaboravam os ramos.
Fica a ligação: http://outeiroseco-aqi.blogs.sapo.pt/quaresma-ramo-357539
Com esta publicação pretendo focar dois aspectos. Por um lado, mostrar fotografia antigas relativas ao dia de Nossa Senhora de Fátima e por outro, mostrar também alguns retoques fotográficos de que os fotógrafos dessa época se serviam para melhorar ou acrescentar pontos de interesse às suas fotografias.
Hoje em dia, com a era digital, e quer utilizemos um simples telemóvel ou uma máquina reflex mais avançada, não temos a noção da quantidade de tecnologia que trazemos entre mãos. São na realidade autênticos computadores que no fundo acabam por tornar a fotografia um acto muito banal.
Aqueles que ainda lidaram com a fotografia na era analógica têm um conhecimento muito mais específico e profundo do que foi e é realmente a fotografia. Isso é bem evidente quando as duas gerações se cruzam em encontros ou passeios como simples amantes da fotografia.
Mas o que vos deixar a seguir são exemplos de que um fotógrafo de há 50 ou 60 anos atrás, para além de ter verdadeiros conhecimentos de fotografia, tinha de ter também um sentido apurado de desenho e pintura.
Só uma das fotografias está datada (Maio de 1954). Das restantes, algumas têm anotações diversas e outras não têm qualquer anotação. Todas pertenciam ao mesmo lote, pelo que se devem reportar à mesma altura e ao mesmo espaço.
Anotação no verso: "A capelinha que os pastorinhos faziam no monte"
Anotação no verso: "MAI 1954"
Esta fotografia tem para mim um interesse especial. Em primeiro plano, vemos muitas máquinas fotográficas de diversas marcas.
No passado Domingo, foi o Domingo de Ramos. Já houve um tempo em que também recolhia as plantas para o compor.
Hoje as coisas são diferentes, mas o outro dia ao ler a publicação que o Nuno fez no seu blogue sobre as "Tradições da Quaresma", fez me recordar uma das plantas que também utilizava, que há muito não via e da qual nunca mais tinha ouvido falar. A cangorça, com folhas verdes brilhantes e umas flores lilás-suave, tão bonitas como frágeis.
Não é muito comum encontrá-la, e chegada essa data ia com o meu irmão à Fontaínha, que na altura era em parte trabalhada pelos meus avós maternos (Torcato e Augusta). Aí, junto à frescura do Rio Pequeno costumava haver algumas plantas protegidas pela sombra dos amieiros e o recosto dos muros.
Como entretanto a Fontaínha ficou de poulo, os amieiros estão a morrer e, como sabemos, ardeu no Verão passado, não deve lá haver muita coisa.
O outro local de recolha era no caminho entre o Aloque e a Quinta dos Montalvões, que hoje é do Vítor, mais propriamente, ao lado da Fonte que, à semelhança de quase tudo o que é público na nossa Aldeia, também continua abandonada e cheia de silvas.
Perto encontrei umas poucas plantas que me permitiram tirar umas fotografias, que de seguida vos deixo, acompanhadas das restantes plantas de que tradicionalmente se compunha o Ramo.
castelo de monforte de rio livre
Águas Frias - Rio Livre - Tino
Rêverie Art - Fernando Ribeiro
Sítio das Ideias-Lamartine Dias
Andarilho de Andanhos-S. Silva
Asociación Cultural Os Tres Reinos
Amnistia Internacional - Chaves
Amnistia Internacional - Blogue
DIGIWOWO - Artigos Fotográficos
RuinArte - Gastão de Brito e Silva